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Ranking mostra que o Ceará segue abaixo da meta de universalização do saneamento

A nova edição do Ranking do Saneamento 2025, elaborada pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a GO Associados, revela que apenas 12 municípios brasileiros, entre os 100 mais populosos, investem acima da média considerada necessária para universalizar os serviços de saneamento. Enquanto isso, 44,8% da população do país ainda não conta com coleta de esgoto adequada e 16,9% não tem acesso à água potável.

Em termos gerais, a análise mostra a disparidade histórica entre regiões. Estados do Sul e Sudeste concentram a maior parte dos municípios melhor avaliados, enquanto Norte e Nordeste ainda enfrentam as últimas posições do ranking. No recorte cearense, Fortaleza, Caucaia e Juazeiro do Norte ilustram os desafios do estado.

Fortaleza

Fortaleza figura entre as capitais que mais investiram em saneamento básico entre 2019 e 2023, totalizando aproximadamente R$ 1,8 bilhão. No entanto, ainda não atinge o patamar de investimento per capita apontado pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) como necessário para a universalização do serviço.

Ranking mostra que o Ceará segue abaixo da meta de universalização do saneamento
Foto: Reprodução

Na Capital cearense, a cobertura da rede de esgoto cresceu de 49,9% em 2019 para 66,5% em 2023. Apesar dos recursos, 33% da população ainda não possui acesso ao esgotamento sanitário.

Em se tratando do abastecimento hídrico, Fortaleza possui 98,1% do atendimento garantido e 47,96% dessa água é perdido. Segundo o patamar ideal de perdas, o índice deve ser de até 25%.

Caucaia

Caucaia aparece entre os municípios que registram os menores índices de perdas na distribuição de água, alcançando 20,27%. No entanto, registra o oitavo pior índice de abastecimento em todo o país, com apenas 76,2% da população coberta.

Considerando o esgotamento, somente 42% da população está ligada à rede de esgoto e essa cobertura é de 47% apenas na zona urbana. De acordo com o levantamento, 58% dos habitantes do município carece desse serviço essencial.

Juazeiro do Norte

O município de Juazeiro do Norte ocupa a 10ª pior posição nacional quanto à população conectada à rede coletora de esgoto. Em 2023, apenas 27% da população tinha acesso ao serviço, índice que sobe para 28,53% se considerada apenas a área urbana.

Ranking mostra que o Ceará segue abaixo da meta de universalização do saneamento
Foto: Reprodução

No que diz respeito ao abastecimento de água, Juazeiro possui 90,1%, sendo 92% na zona urbana. Considerando as perdas, o município registra 48,64% de desperdício hídrico. Nesse quesito, Juazeiro do Norte e Fortaleza apresentam os piores índices desde 2019.

Investimento

O estudo reforça que, apesar de avanços pontuais, o Brasil ainda precisa ampliar os investimentos em infraestrutura de saneamento para atingir as metas de universalização até 2033, conforme previsto no Novo Marco Legal do Saneamento Básico. O valor estabelecido é de R$ 223,82 por habitante ao ano e apenas Cuiabá (MT) superou essa marca, investindo R$ 415,02.

Todas as outras capitais brasileiras apresentaram quantias inferiores ao que foi proposto pelo PLANSAB, com uma média de R$ 130,05 por pessoa. Em último lugar, Rio Branco (AC) obteve o menor valor, com apenas R$ 8,09 por habitante.

A conclusão do levantamento destaca o tratamento de esgoto como o principal gargalo do setor. Somente cinco capitais tratam pelo menos 80% do esgoto coletado, grupo que não inclui Fortaleza.

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