Uma operação nacional voltada ao combate do tráfico de animais silvestres mobilizou autoridades cearenses nesta quarta-feira (29/10), com foco em sete alvos estratégicos. Na ocasião, cinco pessoas foram presas e 111 animais foram apreendidos em Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Horizonte e Camocim.

Investigações conduzidas durante a operação também revelaram crimes associados, incluindo receptação, falsificação de documentos e sinais públicos, maus-tratos, organização criminosa e porte ilegal de arma de fogo. Entre os bens apreendidos estão oito armas de fogo, um veículo e quatro aparelhos celulares, obtidos durante o cumprimento dos dez mandados de busca e apreensão.
No Ceará, o Ministério Público do Estado (MPCE) atuou em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA). O intuito era acompanhar uma rede de tráfico de fauna identificada durante as investigações.

Conforme informou o MP, o principal suspeito já havia sido preso neste ano e a análise de dados de seu celular, autorizada judicialmente, permitiu localizar outros membros do grupo. Eles atuavam na captura e comercialização de animais silvestres, sobretudo pela internet.
As aves resgatadas pertencem majoritariamente aos biomas Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, incluindo espécies ameaçadas de extinção como o jacu-de-asas-brancas (Penelope jacucaca), o papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) e o bigodinho (Sporophila lineola). Esses animais seriam comercializados em feiras clandestinas, pontos de comércio irregular e grupos de aplicativos de mensagens.

A coordenação nacional da operação ficou a cargo da Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), por meio do Projeto Libertas, reunindo Ministérios Públicos, polícias ambientais e órgãos reguladores de 11 estados. Ao todo, a ação resultou no resgate de 755 animais, principalmente aves e répteis, e na prisão de 18 pessoas, sendo 11 em flagrante.
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