As ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) ocorrem por meio de vírus, bactérias ou outros microrganismos transmitidas, principalmente, através de relações sexuais sem o uso da camisinha. Este termo agora substitui o termo Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), visto que destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.
Há vários tipos de infecções sexualmente transmissíveis, sendo as mais conhecidas Herpes genital, Sífilis, Gonorreia, Tricomoníase, Infecção pelo HIV, Infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) e Hepatites virais B e C. Elas podem ser detectadas através de exames específicos, no qual, em Fortaleza, podem ser feitos em 129 postos, fora Centro de Testagem e Aconselhamento e Serviço Ambulatorial Especializado (CTA/SAE) Emanuel Gomes Pinto, localizado dentro do Posto de Saúde Carlos Ribeiro, no bairro Jacarecanga.
Os postos de saúde fazem atendimento de segunda a sexta-feira, das 7h às 11h e 13h às 18h, e no CTA Emanuel Gomes Pinto, das 8h às 11h e 13h às 16h30, no qual não há necessidade de fazer agendamento.
Já em relação ao Hospital São José, pessoas vítimas de violência sexual, que tiveram relação sexual desprotegida ou que sofreram acidente ocupacional com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico, também é possível fazer os exames na capital cearense, funcionando 24 horas durante todos os dias da semana. No local é possível fazer testes de ISTs e a PEP (Profilaxia Pós-Exposição de Risco à Infecção pelo HIV, ISTs e Hepatites Virais).
Marcos Paiva, assessor técnico de IST/AIDS e hepatites virais da Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza, relembra que os principais métodos de prevenção contra essas doenças através de recursos disponibilizados gratuitamente: “Aqui em Fortaleza, a secretaria disponibiliza os preservativos internos e externos. Geralmente, os internos estão mais disponíveis nos serviços especializados, mas também podem ser encontrados em algumas unidades básicas, já o preservativo externo está disponível em todas as unidades. Além disso, também temos a PrEP que está disponível em 4 policlínicas da cidade.”
Além da prevenção e testagem, a rede de saúde municipal oferta acesso ao tratamento de maneira gratuita, sem a necessidade de encaminhamento para uma unidade hospitalar estadual. Ademais, Paiva revela que a capital cearense faz o tratamento em pessoas com HIV, hepatites B e C, sífilis e outras ISTs.
Vale lembrar que, em Fortaleza, há o serviço de auto testagem para HIV, através do Projeto A Hora é Agora , no qual consiste na distribuição de auto testes da doença de forma gratuita para público específico. “Aqui em Fortaleza, existe o projeto A Hora é Agora, onde a pessoa se cadastra no site do projeto e caso ela seja elegível para o projeto, ela recebe o autoteste em casa ou pode realizar a retirada em um dos armários disponíveis na estação do metrô no Benfica. O público chave do projeto são homens gays, homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas trabalhadoras do sexo, mulheres trans e travestis.” explica o assessor.
Lara Távora, infectologista do Hospital São José, também revela que, fora a camisinha, o SUS também oferta outras maneiras de prevenção, como Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)
“A PrEP é uma medicação que a pessoa toma quando ela antever que vai ter uma exposição de risco sexual. O medicamento é voltado para as pessoas que não têm HIV e sabem que terão a exposição de risco, ou seja, que terá relações sexuais desprotegidas com pessoas que ela não sabe da condição sorológica ou até mesmo com pessoas que ela saiba que tem o vírus do HIV. A pessoa que inicia o uso da PrEP é acompanhada semestralmente para garantir que ela continua testando negativo para o vírus e assim possa renovar a receita da PrEP.”, explica Lara
Além disso, também há a Profilaxia Pós-Exposição de Risco (PEP), medicação voltada para aqueles que já tiveram relação sexuais desprotegidas.
“A PEP é indicada para quem teve uma relação desprotegida e a partir daí o profissional de saúde entende que o paciente teve uma exposição de risco. O tratamento deve ser iniciado em até 72h da relação em que foi exposto e após testar negativo para HIV. A partir daí, o paciente tem a indicação de receber a PEP e irá tomar três drogas antirretrovirais por 28 dias e após isso, o paciente volta à unidade de saúde para refazer o teste e é acompanhado por até seis meses para receber alta”, diz a infectologista.
Lara ainda afirma que, mesmo com policlínicas e postos de saúde fazendo consultas, o Hospital São José é considerado como referência no atendimento da PEP devido ao horário de funcionamento que está aberto 24h por dia. A mesma ainda comenta que, no condiz que a PrEP, a instituição hospitalar foi a primeira unidade a oferecer a profilaxia. Contudo, no momento, o ambulatório da unidade está lotado para quem deseja utilizar a PrEP e por conta disso, os novos atendimentos são limitados a pacientes de cidades do interior que não oferecem a PrEP.
A PrEP, em Fortaleza, está disponível em quatro policlínicas e no Centro de Testagem e Aconselhamento Emanuel Gomes Pinto:
- Policlínica Dr. Lusmar Veras Rodrigues | Av. Lineu Machado, 155 – Jóquei Clube (Anexo ao Hospital da Mulher)
- Policlínica Dr. José Eloy da Costa Filho | Av. Osório de Paiva, 2466 – Bonsucesso
- Policlínica Dr. Luiz Carlos Fontenele | Av. Juscelino Kubitschek, 5495 – Passaré
- Policlínica João Pompeu Lopes Randal | Rua Estrada do Itaperi, 146 – Jangurussu
- CTA Emanuel Gomes Pinto (dentro do Posto de Saúde Carlos Ribeiro) | Rua Jacinto Matos, 944 – Jacarecanga
