Acusado de envolvimento com facção criminosa, José Braga Barroso (PSB), reeleito prefeito de Santa Quitéria em 2024, teve os recursos julgados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE) nesta terça-feira (1º/07). Como desfecho do caso, Braguinha, como o gestor é conhecido no meio político, teve o mandato cassado por unanimidade, Além de Braguinha, o seu vice, Gardel Padeiro, também teve os recursos avaliados pela corte e foi alvo da mesma decisão.
De acordo com o relator do caso, o desembargador Luciano Nunes, foi constatado a compra de votos através de entorpecentes, pichações intimidatórias, além de ameaças a eleitores. Segundo o relator, as provas apresentadas pelo Ministério Público do Estado do Ceará são contundentes e fazem ser necessárias eleições suplementares no município.
Braguinha tem o mandato cassado; acompanhe o histórico do caso
Desde o dia 1º de janeiro de 2025, a Prefeitura de Santa Quitéria passou a ser administrada por Joel Barroso (PSB), presidente da Câmara Municipal. O vereador, que é filho de Braguinha, está à frente do município de forma interina desde as polêmicas que impediram que o prefeito eleito pudesse assumir o mandato.
Em maio deste ano, a Justiça cassou os diplomas do prefeito e de seu vice. Porém, como a decisão foi proferida em primeira instância, coube recurso por parte dos dois políticos dos diplomas de ambos. Além da cassação, prefeito e vice também foram declarados inelegíveis pelo período de oito anos.
O juiz eleitoral Magno Gomes de Oliveira, da 54ª Zona Eleitoral, também condenou os gestores pela prática de abuso de poder econômico e político. Na avaliação da Justiça, pelo que consta no documento da sentença, mesmo que Braguinha não tenha realizado as ameaças, intimidações ou expulsões de eleitores de bairros, distritos e comunidades, existe um agravante:
as provas colhidas indicam que o prefeito cassado se utilizou de integrantes da facção criminosa Comando Vermelho para “turbinar” a própria candidatura e “destruir qualquer chance de êxito” do adversário.
Desenrolar do caso antes da cassação
No dia 1º de janeiro de 2025, o prefeito eleito de Santa Quitéria foi preso pela Polícia Federal. Entre os fatos mais polêmicos da possível relação de Braguinha com as facções, está a entrega de um carro de luxo a um traficante do Rio de Janeiro, chefe da organização criminosa em diversos municípios da Região Norte do Ceará.
Posteriormente, o gestor viu sua prisão preventiva ser convertida para domiciliar. A defesa conseguiu essa mudança após alegar as condições de saúde de Braguinha. Apesar disso, a Justiça manteve o afastamento de Braguinha do cargo de prefeito.
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