Após polêmicas em relação à implementação de catracas nos ônibus da viação São Benedito, a empresa resolveu “solucionar” o problema amarrando os pinos de ferro e empurrando o objeto para o lado direito.
Um vídeo divulgado na fanpage do “A Noticia do Ceará” na última semana causou furor nas redes sociais e incendiou ainda mais as opiniões dos cearenses em relação à empresa de transportes, principalmente nas linhas que circulam pela Região Metropolitana de Fortaleza.
Veja:
No vídeo em questão, um cadeirante precisa ser carregado e levantado por dois homens para poder sentar em uma das cadeiras do ônibus. O cadeirante, Francisco Atanásio, é morador de Caponga (a 68km de Fortaleza). Francisco, que trabalha com vendas, relata que precisa ir até a capital comprar recursos para sua empresa. Tetraplégico o homem manifestou sua decepção com o serviço prestado pela empresa. “Vida de cadeirante já não é fácil, e a empresa ainda realiza um negócio desses. Não pensaram na acessibilidade, na mobilidade social”, lamenta.
Francisco não é o único que está incomodado com a chegada das catracas. Ele disse que há vários outros passageiros reclamando que os objetos estão causando demora na duração das viagens. A aposentada Francisca Miranda da Silva, 62 anos, detalha outras complicações que os passageiros encontram nos ônibus. “Os ônibus não têm álcool-gel, não têm higienização e a passagem é caríssima, custa 11 reais a passagem para ir de Caponga à Fortaleza”. Além disso, de acordo com a aposentada, o alto valor da passagem não se traduz na qualidade que a viagem oferece, pois os viajantes sentem muito calor em um ambiente quase sempre abafado e sem ar-condicionado nos dias quentes, e nos dias de chuva, se molham por conta das goteiras no teto dos veículos.
Francisco clama por uma mudança. “São Benedito, preste atenção e tenha mais respeito com a acessibilidade. Quando falo acessibilidade é a criança com problemas cerebrais, o idoso, é a mulher grávida, o paraplégico e o tetraplégico”, engloba.
O ” A Notícia do Ceará” procurou a Agência Reguladora do Estado do Ceará (ARCE), que afirmou não ter conhecimento do sistema de catracas implantado pelo São Benedito, o que torna as mudanças irregulares.
A reportagem também contatou o Decon. O órgão afirmou que a legislação estabelece que deve haver acessibilidade para as pessoas com deficiência física, e caso o veículo não possuir a estrutura adequada, a população deve denunciar para que a Decon possa atuar de maneira administrativa, e se for preciso, judicial, para que haja o comprimento da legislação. Quanto às outras reclamações contra a empresa, o órgão afirmou que o consumidor pode acionar os canais para que aconteça a devida apuração dos fatos.
Canais Decon
O ” A Notícia do Ceará” tentou ouvir a São Benedito, mas até o fechamento dessa matéria, a empresa não retornou as ligações da reportagem.
