O deputado Sargento Reginauro (União) criticou, em pronunciamento na Assembleia Legislativa, o programa Pé-de-Meia, uma iniciativa do Governo Federal que prevê incentivo financeiro-educacional para estudantes matriculados no ensino médio. O objetivo seria garantir a permanência do aluno na escola, “democratizar o acesso e reduzir desigualdade social”. Para o parlamentar, não é auxílio financeiro que garante competitividade ao aluno de escola pública quando tenta ingressar no ensino superior ou no mercado de trabalho. “O que vai dar competitividade ao aluno de escola pública no Brasil é qualidade do ensino”, avaliou.
Segundo o deputado Sargento Reginauro, os alunos brasileiros têm péssimo desempenho na avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), estudo comparativo internacional realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Pisa oferece informações sobre o desempenho dos estudantes na faixa etária dos 15 anos. “O estudante brasileiro passa vergonha internacional por conta da qualidade da educação”, afirmou o parlamentar, que também é educador.
De acordo com o parlamentar, a educação brasileira perdeu qualidade ao longo do tempo. Na opinião dele, a escola pública do passado, essa sim, garantia condições de competitividade através da qualidade da educação. Como educador, Reginauro disse que muitos alunos que estão no Ensino Médio das escolas públicas brasileiras não conseguem produzir uma redação de qualidade. “Como professor, um trabalho de aluno do ensino médio, de uma redação que parece de um aluno do ensino fundamental. É isso que nós temos hoje”, lamentou.
Na avaliação dele, antes existiam as pessoas analfabetas, que não saiam ler e nem escrever. Hoje, na opinião dele, existem “analfabetos funcionais” saindo das escolas públicas. “Como pode isso?”, questionou. Para ele, é preciso garantir aos estudantes ensino de qualidade, não auxílio financeiro.
