O interesse dos brasileiros por serviços de saúde digital está em alta, mas a adesão efetiva ainda é baixa. Essa foi a conclusão da pesquisa divulgada, na última terça-feira (23/09), pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) durante o evento Conecta Saúde, em São Paulo. O levantamento aponta que 78% da população manifesta interesse em recursos como teleconsultas, agendamento de exames e consultas online, além de prescrição e atestados digitais.
Apesar desse entusiasmo, apenas 20% das pessoas usaram algum serviço digital de saúde em 2025. O celular se consolida como principal meio de acesso, respondendo por 96% das interações, enquanto os canais mais utilizados são telefone e WhatsApp (45%), aplicativos de planos de saúde (32%) e o ConecteSUS (31%).
A satisfação com os serviços digitais de saúde também avançou: entre 2023 e 2025, a avaliação positiva passou de 73% para 81% entre os usuários. Na telemedicina, praticidade (30%), agilidade (28%) e bom atendimento (14%) são os principais fatores de aprovação. Em contrapartida, consultas consideradas superficiais (32%) e problemas técnicos ou dificuldades no agendamento (16%) impactam negativamente a experiência.

Serviços
Os serviços mais procurados são agendamento online (57%) e teleconsulta (49%). Depois, foram citados exames integrados (33%), prescrição digital (23%) e atestados médicos (18%). Além disso, a inteligência artificial já auxilia no diagnóstico em 10% dos casos.
“A saúde digital amplia o acesso a serviços de qualidade, especialmente em regiões com escassez de profissionais ou infraestrutura. Ela permite atendimento mais rápido, redução de filas, monitoramento contínuo de condições de saúde e maior integração entre diferentes perspectivas do cuidado”, explicou Emmanuel Lacerda, superintendente de Saúde e Segurança do Sesi.
Perfil
Conforme a pesquisa, o interesse pela telemedicina deve crescer: 38% dos entrevistados afirmaram que pretendem aderir à ferramenta. Em sua maioria, os usuários são homens de 25 a 40 anos (44%), pessoas com ensino superior (51%) e rendas mais altas (47%). Por outro lado, a resistência é predominante entre pessoas de 41 a 59 anos (79%) e idosos (83%), que apontam insegurança e preferência pelo atendimento presencial.
Emmanuel ressalta que os principais desafios incluem reduzir desigualdades no acesso à internet e a dispositivos digitais, além de engajar usuários, empresas e profissionais em uma mudança cultural. “Acredito que quem ainda tem receio é porque precisa sentir segurança de que suas necessidades serão realmente atendidas”, comentou. O profissional concluiu dizendo que é preciso que o “digital seja compreendido como um complemento e não um substituto do cuidado presencial”.
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