Um levantamento do Sebrae Nacional, baseado em dados do Banco Central, revelou que mulheres empreendedoras enfrentam condições mais desfavoráveis de crédito quando comparadas aos homens que comandam pequenos negócios. Além de pagarem juros mais altos, elas também acessam uma parcela menor dos recursos disponíveis.
No primeiro trimestre de 2025, a taxa média de financiamento para pequenos negócios foi de 36,8% ao ano. Entre as mulheres, o percentual chegou a 40,6%. No Ceará, a diferença é ainda maior: enquanto a média geral de juros para pequenos empreendimentos ficou em 40,72%, as microempreendedoras individuais (MEIs) pagaram 58,42% ao ano.
Crédito
Além dos juros mais elevados, as mulheres também receberam menos recursos. Embora tenham representado quase 40% das 23,1 milhões de operações realizadas no período, apenas 29,4% dos R$ 109 bilhões destinados ao segmento foram concedidos a empreendedoras. Na prática, o valor médio dos empréstimos é maior quando concedido a homens.
Apesar disso, o estudo demonstra que não há diferença significativa na taxa de inadimplência: 7,1% entre homens e 7,6% entre mulheres. Outro ponto destacado pelo levantamento é a maior dependência das empreendedoras por modalidades de crédito caras, como cartão de crédito e cheque especial, que oferecem acesso rápido, mas têm juros elevados.
Entre as mulheres, a taxa anual média do cartão de crédito chegou a 188%. Já entre os homens, 136,6%.
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