O cenário de estiagem no Ceará se agravou em junho, mesmo com a área total atingida pela seca permanecendo em 76%, percentual idêntico ao registrado em maio. A mudança mais significativa foi no grau de severidade: a seca moderada se expandiu, passando de apenas 2% do território cearense para 34%, conforme dados do Monitor de Secas.
Essa é a situação mais crítica observada desde dezembro de 2024, quando a seca grave afetava 43% do estado. A escalada das condições adversas está diretamente relacionada à queda nos volumes de chuva após o término da quadra chuvosa, que compreende os meses de fevereiro a maio e concentra a maior parte da precipitação anual no Ceará.
A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), responsável pelo monitoramento no estado, indica que a redução das chuvas comprometeu a recuperação de culturas agrícolas e áreas de pasto. Entre os efeitos da seca moderada estão déficits hídricos persistentes, danos visíveis à produção rural e redução no volume de córregos, poços e reservatórios.
O Monitor de Secas é uma ferramenta nacional coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que publica, mensalmente, mapas com a distribuição e intensidade da estiagem nos estados brasileiros. No Ceará, a análise local é feita com o apoio da Funceme.
O monitoramento contínuo subsidia decisões estratégicas em setores como agricultura, recursos hídricos e planejamento público. O destaque vai para as regiões semiáridas, onde a variabilidade climática impõe desafios constantes à gestão ambiental e à produção rural.
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