O prefeito de Tianguá, Alex Nunes, exonerou o secretário do Meio Ambiente do Município, Natanael de Araújo. O mesmo é alvo de investigação por supostas irregularidades à frente da pasta. Na última terça-feira (28) o Ministério público e a Polícia Civil do Ceará fizeram uma operação conjunta na cidade para apurar o caso. No dia seguinte, a exoneração de Natanael e de outro servidor da Secretaria do Meio Ambiente foi publicada no Diário Oficial do Município.
Conforme a publicação, que não especifica as razões do desligamento dos dois dos quadros da Prefeitura, Alex Nunes resolveu exonerar Natanael José de Araújo do exercício das funções do cargo de secretário Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente. No mesmo Diário Oficial, também foi exonerado Benedito Carvalho de Souza, que ocupava o cargo de assessor administrativo da Secretaria. Procurado pela Rede ANC, o Ministério Público informou que o caso corre em segredo de Justiça e que não é possível revelar detalhes do caso.
AÇÃO DO MP EM TIANGUÁ
Em outubro passado o Ministério Público do Estado do Ceará deflagrou, também em Tianguá, a Operação “Lignum”, que apurou suspeita de esquema envolvendo agentes públicos no desvio e destinação indevida de cargas de madeiras apreendidas em Tianguá. Na ocasião foram afastados um delegado e um escrivão de Polícia Civil. A investigação foi conduzida pelo Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc) do MP do Ceará, com apoio da Delegacia de Assuntos Internos (DAI) da Controladoria-Geral de Disciplina do Ceará (CGD), e a execução da operação contou com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) dos MPs do Ceará e do Piauí e da Delegacia de Assuntos Internos da CGD.
Segundo investigações preliminares, as suspeitas é de que agentes públicos recebiam, em forma de doação, cargas de madeiras apreendidas na Serra da Ibiapaba pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), e repassavam o material a empresários em troca de vantagem financeira.
A operação foi deflagrada após a instauração de dois procedimentos investigatórios, que apuram a prática, em tese, dos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção passiva e corrupção ativa, todos previstos no Código Penal. Não se sabe se essa operação realizada em outubro do ano passado tem desdobramentos com a operação da última terça-feira.