
A Secretaria dos Recursos Hídricos do Ceará realizou uma visita técnica às obras do Cinturão das Águas do Ceará (CAC) na região do Cariri. A agenda contou com a presença do secretário Fernando Santana, que acompanhou de perto a execução dos trechos em andamento e apresentou o estágio atual da obra, além dos próximos passos do projeto.

Considerado um dos maiores empreendimentos de infraestrutura hídrica do Estado, o Cinturão das Águas atingiu cerca de 91% de execução física. A previsão é que a obra seja totalmente concluída até junho de 2026.
O sistema possui 145,3 quilômetros de extensão e foi projetado para transportar água captada na barragem de Jati, no Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, até as nascentes do rio Cariús, em Nova Olinda, no Cariri cearense. Ao longo do percurso, a estrutura é formada por canais a céu aberto, sifões e túneis.
Importância para o Cariri
A obra é considerada estratégica para o abastecimento da região do Cariri, a segunda mais populosa do Ceará e uma das mais relevantes economicamente. Quando finalizado, o Cinturão das Águas deverá reforçar a segurança hídrica de 24 municípios, beneficiando diretamente cerca de 561 mil pessoas.
Além do abastecimento humano, o sistema foi dimensionado para atender demandas da indústria, do turismo, da dessedentação animal e da agricultura irrigada. O CAC também integra a malha hídrica estadual e pode contribuir para o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza, por meio da conexão com o Eixão das Águas, trecho que já se encontra liberado para operação emergencial.
Situação das obras no Cariri
As obras do Cinturão das Águas estão divididas em cinco lotes. No Cariri, os principais trechos em execução correspondem aos Lotes 3 e 4.
O Lote 3, que liga Barbalha ao Crato, passando por Juazeiro do Norte, apresentou cerca de 86% dos serviços concluídos. Já o Lote 4, que segue do Crato até Nova Olinda, alcançando o rio Cariús, registrou aproximadamente 70% de execução, com previsão de conclusão para outubro de 2025.
Os demais lotes já foram concluídos, incluindo os trechos que passam por Jati, Porteiras, Brejo Santo, Abaiara e Missão Velha, além dos túneis que interligam partes do sistema.

Investimentos e impacto econômico
O investimento total no Cinturão das Águas é estimado em cerca de R$ 800 milhões, com recursos estaduais e federais. Apenas os Lotes 3 e 4 concentram mais de R$ 1 bilhão em investimentos.
A execução do empreendimento também impactou diretamente a economia regional, com a geração de aproximadamente 1.500 empregos e a utilização de cerca de 500 máquinas ao longo de todos os lotes, movimentando cadeias produtivas e serviços locais.
Próximos passos
Durante a visita técnica, o secretário Fernando Santana apresentou o cronograma atualizado, discutiu ajustes operacionais e acompanhou as frentes de trabalho nos trechos ainda em execução.
Após a conclusão total do Cinturão das Águas, a operação e a manutenção do sistema ficarão sob responsabilidade da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), que será responsável pelo monitoramento do volume de água transportado e distribuído.
A finalização do Cinturão das Águas é apontada como um passo decisivo para ampliar a segurança hídrica do interior do Ceará, especialmente em regiões historicamente afetadas por longos períodos de estiagem.


