
Entre as nove capitais nordestinas, Fortaleza ocupa a 5ª posição no ranking de qualidade de vida, segundo o Índice de Progresso Social (IPS) Brasil 2025. De acordo com o levantamento, a lista é liderada por João Pessoa, seguida de Teresina, Aracaju e Natal. Na comparação com o resultado de 2024, a capital cearense avançou uma posição.
Com um índice de 64,44 — em uma nota de 0 a 10, do pior para o melhor —, Fortaleza ficou na 17ª colocação quando é comparada a todas as capitais brasileiras. Em primeiro lugar está Curitiba (69,89), seguida por Campo Grande (69,63), Brasília (69,04), São Paulo (68,88) e Belo Horizonte(68,22).
Em sua segunda edição, o IPS Brasil agrega informações como famílias em situação de rua, cobertura vacinal, violência, abandono escolar, gravidez na adolescência, acesso a programas de direitos humanos e expectativa de vida.
Na dimensão “Necessidades Humanas Básicas”, que considera Nutrição e Cuidados Médicos Básicos, Água e Saneamento, Moradia e Segurança Pessoal, a capital cearense obteve indicador de 73,89 e ocupa a 3ª colocação, atrás de João Pessoa (77,04) e Teresina (73,91).
Entre as características relacionadas com “Fundamentos do Bem-Estar”, Fortaleza pontuou 68,22 e ficou em 2º lugar, atrás apenas de João Pessoa (68,5). Nesse grupo, considera-se aspectos como Acesso ao Conhecimento Básico, Acesso à Informação e Comunicação, Saúde e Bem-Estar e Qualidade do Meio Ambiente.
O pior resultado da capital cearense foi na dimensão “Oportunidades”, que também é a principal deficiência da maioria dos municípios do Ceará. Ao analisar questões como Direitos Individuais, Liberdades Individuais e de Escolha, Inclusão Social e Acesso à Educação Superior, a Capital obteve índice 51,22 e caiu no ranking, ficando em penúltimo lugar, à frente apenas de Salvador (50,31).
Essa última categoria é liderada por Natal (57,82), que é seguida por Aracaju (57,09), Teresina (56,83) e João Pessoa (55,46).
Avanço Discreto
Melissa Wilm, a coordenadora do IPS Brasil, aponta que o “avanço discreto” de Fortaleza em relação à primeira edição do índice mostra um desempenho estável da Cidade em termos de qualidade de vida.
Com a análise pelas diferentes dimensões, porém, a coordenadora pontua que Fortaleza tem um perfil “bastante claro”, com boas posições em Necessidades Humanas Básicas e Fundamentos do Bem-Estar e desempenho mais baixo em Oportunidades. “Isso indica que a população da capital tem acesso a serviços essenciais como saúde, educação básica e infraestrutura, o que garante um bom patamar de qualidade de vida imediata”, avalia.
Melissa Wilm explica que o IPS não propõe soluções específicas, mas ajuda a compreender o que está funcionando e o que precisa ser melhorado. No caso de Fortaleza, ela aponta como principais gargalos a inclusão social e segurança pessoal, especialmente em relação ao alto número de homicídios e assassinatos de jovens. “Esses componentes se destacam negativamente e ajudam a explicar os desafios enfrentados pelo município”, afirma ela.
Entre os indicadores positivos de Fortaleza, a coordenadora cita o acesso à educação superior, meio ambiente, qualidade da formação, comunicação, liberdades individuais e de escolha. “São temas que vêm contribuindo para o desempenho da cidade e mostram que há caminhos possíveis para o progresso”, afirma a coordenadora.
Confira abaixo os resultados de Fortaleza:
NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS
- Nutrição e Cuidados Médicos Básicos: neutro
- Água e Saneamento: neutro
- Moradia: neutro
- Segurança Pessoal: fraco
FUNDAMENTOS DO BEM-ESTAR
- Acesso ao Conhecimento Básico: neutro
- Acesso à Informação e Comunicação: forte
- Saúde e Bem-estar: neutro
- Qualidade do Meio Ambiente: forte
OPORTUNIDADES
- Direitos Individuais: forte
- Liberdades Individuais e de Escolha: forte
- Inclusão Social: fraco
Acesso à Educação Superior: forte
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