No pleito de 2024, sete representantes indígenas foram eleitos para o mandato de 2025 a 2028 em Câmaras Municipais no Ceará. O número mostra um avanço em relação às eleições de 2020, quando apenas quatro candidatos indígenas conseguiram se eleger. Segundo o último Censo do IBGE, o estado possui mais de 56 mil indígenas.
Os eleitos deste ano incluem quatro homens e três mulheres de diferentes etnias. De acordo com o levantamento da iniciativa Campanha Indígena, foram registradas 34 candidaturas indígenas no Ceará, sendo 19 mulheres e 15 homens.
Lista de eleitos:
- Andrea Kariri (PT) – São Benedito
- Eliane Tabajara (PSD) – Poranga
- Evandro Tremembé (PCdoB) – Itarema
- Victero Bruno Kanindé (PSD) – Aratuba
- Professora Marsilvia Potiguara (PT) – Monsenhor Tabosa
- Vicentinho Potiguara (PSB) – Monsenhor Tabosa
- Valdemar do Lajedo (PSB) – Monsenhor Tabosa
É importante destacar que, embora Valdemar do Lajedo não tenha declarado sua etnia oficialmente no registro eleitoral, ele pertence ao povo Tubiba Tapuia e optou por se declarar “pardo”. Os resultados foram confirmados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Juntos, os candidatos somam um total de quase 4,5 mil votos. Dessa forma, os sete vereadores eleitos são informalmente chamados nas redes sociais de “Bancada do Cocar”, em alusão ao cocar, um tradicional adorno indígena de penas.
Além dos sete eleitos, outros 24 candidatos indígenas cearenses ficaram como suplentes. Entre eles, os mais votados foram Dra. Laysa Tapuia (PSB), em Ubajara, e Cassimiro Tapeba (PT), em Caucaia. No total, 15.564 votos foram contabilizados para os candidatos indígenas no estado.
Nesse contexto, Juliana Alves Jenipapo, titular da Secretaria dos Povos Indígenas do Ceará (Sepin), ressalta o saldo positivo dessas eleições. “Até então, a gente não conseguia contar com vereadores que pudessem estar na Câmara de Vereadores levando projetos, pautando sobre a vida dos povos indígenas nos seus territórios. E agora, com certeza, a gente vai poder contar com esses vereadores, uma vez que se autoafirmam enquanto indígenas, então é preciso ter consciência de que o trabalho não pode parar”, comenta.
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