
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Sindiônibus) surpreendeu os usuários ao cancelar 25 linhas nesta segunda-feira, 29. Segundo Dimas Barreira, presidente da entidade, há a possibilidade de que novas reduções sejam feitas, ainda que não “neste primeiro instante”.
Além da retirada, também foi colocada em prática hoje a diminuição da frota em 29 itinerários. De acordo com o sindicato, a ação foi essencial para reequilibrar as finanças das operadoras, que alegam não ter recursos suficientes para manter todas as rotas. O acúmulo de prejuízos, segundo ele, “teria chegado a patamares totalmente insuportáveis para as empresas”, o que motivou a adoção de uma medida paliativa.
Sindiônibus e a Prefeitura tentam, há meses, chegar a um entendimento sobre o subsídio pago pela administração municipal, um valor mensal repassado às empresas de transporte para ajudar a cobrir os custos que não são atendidos apenas com a arrecadação das tarifas.
As duas partes discordam, inclusive, sobre o montante efetivamente repassado pela Prefeitura: enquanto o Sindiônibus afirma receber R$ 12 milhões por mês, a gestão municipal sustenta que o valor chega a R$ 14,5 milhões mensais.
“Houve uma previsão de aumento do subsídio no final do ano passado, mas não aconteceu (…) O subsídio está no limite de capacidade da Prefeitura, segundo a própria Prefeitura. Então, a única alternativa que tem é justamente o dimensionamento do serviço. A gente evitou o máximo, até o limite do que era possível, mas chega um momento que a gente precisa fazer acontecer realmente o equilíbrio”, diz Dimas.
Sobre eventuais novos cortes, o presidente do Sindiônibus diz que prefere não contar com isso, mas admite que é uma hipótese.
“Existe (a possibilidade), mas eu não contaria com isso nesse momento. A gente vai levar um tempo pra ver os impactos desse ajuste atual. Pra ver como é que ficam as contas, pra saber como é que realmente vai ser o comportamento da demanda. A gente precisa avaliar isso, isso leva um tempo, e a gente está em diálogo com a prefeitura sempre. Então, eu não contarei com esse momento, mas existe sempre a possibilidade, é claro”, afirma.
Durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem, o presidente da Etufor, George Dantas, declarou que equipes estão estudando possíveis sanções ao Sindiônibus. “Estamos analisando com a equipe jurídica para saber qual tamanho da penalidade (aplicar)”, frisou.