
Organizações do Araripe, região que abrange municípios do Cariri cearense, estão envolvidas na criação do Núcleo de Desenvolvimento da Sociobioeconomia na Caatinga, uma iniciativa que busca integrar ações sustentáveis e fortalecer a economia baseada na biodiversidade local. Para discutir o projeto e construir um plano de ação, foi realizado um encontro no Instituto Federal do Ceará (IFCE) – campus Crato, reunindo representantes de associações, grupos produtivos e instituições dos arredores.
O objetivo do evento foi compartilhar experiências e planejar estratégias conjuntas para o novo núcleo, que integrará as políticas públicas voltadas ao fortalecimento da sociobioeconomia, modelo que alia produção sustentável, conservação ambiental e inclusão social.
Segundo Francisco Campelo, diretor técnico da Fundação Araripe e presidente da Reserva da Biosfera da Caatinga, a proposta visa unir iniciativas que hoje atuam de forma isolada. “A ideia é estruturar as ações que já existem, conectá-las e criar uma base sólida para qualificar a produção do agricultor, de forma legalizada e organizada. O Núcleo é um esforço dentro da Política Nacional da Sociobioeconomia”, explicou.
O processo de articulação envolve os estados da Bahia, Ceará, Pernambuco e Piauí, e prevê inicialmente três experiências-piloto: no Cerrado (norte de Minas Gerais), na Mata Atlântica (sul do país) e na Caatinga (região do Araripe). No evento, a Fundação Araripe apresentou também exemplos de projetos já em andamento, como o planejamento de gestão territorial no Quilombo de Sousa, em Porteiras. Lá, agricultores realizam um levantamento da biodiversidade local, incluindo o mapeamento de pés de pequi e outras culturas, para entender o potencial produtivo da área.
A expectativa é que o Núcleo da Sociobioeconomia da Caatinga se torne uma referência nacional em desenvolvimento sustentável, conectando conhecimento tradicional, inovação e políticas públicas em prol da preservação e valorização da Caatinga.


