Após o grande sucesso de Gato de Botas 2: O Último Desejo, a Dreamworks volta a criar um filme subversivo nas premissas clássicas das animações com Ruby Marinho: Monstro Adolescente, apesar de ainda ser semelhante a sucessos de sua concorrência.
Krakens serem, na verdade, os mocinhos de uma guerra com as sereias é totalmente uma premissa que você imagina do estúdio que criou Shrek. Principalmente quando você percebe que a sereia desta história, Chelsea, é praticamente idêntica a Ariel. Ser subversivo e ter um humor acido a Disney, são as características mais notórias de muitos filmes da Dreamworks, apesar de não ser o principal ponto positivo deste projeto.
No subtexto, ou seja, nas entrelinhas, Ruby Marinho: Monstro Adolescente é, na realidade, uma história sobre ser imigrante. Uma mãe deixa seu local de origem para buscar uma vida melhor para sua família, mas chegando no estrangeiro, precisa lidar com o preconceito do povo local, ao ponto de esconder suas origens. Quem mais sofre com isso é a protagonista, que, além de todos os problemas de adolescente, ainda se sente diferente do restante dos seus amigos e precisa lidar com um grande segredo escondido pela sua mãe.
Ruby sempre soube que era uma criatura do mar, mas nunca imaginou que fosse uma Kraken e estava destinada a ser uma guerreira. Essa revelação faz com que o filme entre em uma nova temática, sobre como lidar com traumas familiares, visto que a mãe da protagonista não queria que sua filha tivesse a mesma pressão que sofreu com sua vó, mostrando também que há um grande conflito de gerações na narrativa.
A personagem por sua vez vai com o decorrer do filme vai se descobrindo, tanto com suas novas habilidades de Kraken quanto ao passado da sua família. Sendo tudo isso em uma narrativa bem simples, mas que encaixa muito bem a proposta do projeto, juntamente com uma trilha sonora no clima oitentista.
Contudo, toda essa história de uma adolescente descobrindo que possui um grande poder dentro de si, uma mãe com segredo familiar e uma história sobre ser imigrante, lembra muita bem Red: Crescer É Uma Fera, da Pixar. Além do mais, são semelhanças não só na premissa, mas também como na maneira que a história é contada. Isso faz com que o longa da Dreamworks seja previsível e não pareça uma sátira, algo muito comum no estúdio.
Apesar das grandes semelhanças, mesmo assim Ruby Marinho ainda vem com uma onde de diversão, muito pela dublagem brasileira, que está fenomenal, e grande cartonização de seus personagens. Portanto, mesmo não sendo original, o filme vai muito no básico e consegue ser efetivo, caso você esteja na procuro de uma história leve para se divertir.
Também leia nossa crítica de Indiana Jones, The Flash e Homem-Aranha Através do Aranhaverso.