Nesta segunda-feira (21/04), morreu o Papa Francisco, aos 88 anos de idade, após 12 anos à frente do comando da Igreja Católica. Agora, com a vacância do cargo, o processo sucessório tem início por meio do conclave, que deve acontecer dentro do prazo de 15 a 20 dias.
A reunião sigilosa acontece na Capela Sistina, no Vaticano, e reúne os cardeais com direito a voto. Somente os cardeais com menos de 80 anos podem participar da escolha do novo papa. Atualmente, 135 dos 252 cardeais cumprem esse requisito.
Apesar de, em teoria, qualquer homem batizado e celibatário poder ser eleito, há mais de seis séculos a escolha recai sobre cardeais. A tradição foi mantida em todos os conclaves desde 1378.
Neste cenário de transição, o site The College of Cardinals Report, idealizado pelo vaticanista Edward Pentin, elaborou uma lista com 12 nomes apontados como os mais prováveis sucessores de Francisco. O levantamento não estabelece uma hierarquia entre os papáveis, mas destaca características e atuações de cada um.
- Anders Arborelius (Suécia) – Bispo de Estocolmo, 75 anos: Defensor do diálogo inter-religioso, é favorável à inclusão de divorciados, mas contrário ao diaconato feminino. Foi nomeado por Francisco em 2017;
- Charles Bo (Mianmar) – Arcebispo de Yangon, 76 anos: Tem atuação voltada à justiça social e ao diálogo entre religiões. Tornou-se cardeal em 2015, por indicação de Francisco;
- Fridolin Ambongo Besungu (República Democrática do Congo) – Arcebispo de Kinshasa, 65 anos: Uma das vozes mais ativas da Igreja na África, Fridolin é crítico do colonialismo, defende pautas ambientais e é contrário à união entre pessoas do mesmo sexo. Sua nomeação a cardeal foi oficializada em 2019 por Francisco;
- Jean-Marc Aveline (França) – Arcebispo de Marselha, nascido na Argélia, 66 anos: Próximo a Francisco, é conhecido pela defesa dos imigrantes. Foi nomeado cardeal em 2022 por Francisco;
- Luis Antonio Tagle (Filipinas) – Arcebispo emérito de Manila, 67 anos: Atual pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, Luis tem perfil progressista e é visto como uma espécie de “Francisco asiático” por abordar assuntos ecológicos. Foi nomeado cardeal por Bento 16 em 2012;
- Malcolm Ranjith (Sri Lanka) – Arcebispo de Colombo, 77 anos: É identificado com o segmento mais tradicional da Igreja, embora compartilhe a preocupação ambiental de Francisco. Foi nomeado por Bento 16 em 2012;
- Matteo Zuppi (Itália) – Presidente da Conferência Episcopal Italiana, 69 anos: Próximo ao Papa Francisco, atuou como mediador na guerra da Ucrânia, tendo estado em Kiev e Moscou. Tornou-se cardeal em 2019 por indicação de Francisco;
- Péter Erdő (Hungria) – Arcebispo de Budapeste, 72 anos: Com perfil conservador, é considerado uma possível alternativa à linha progressista do pontificado de Francisco. Foi nomeado cardeal por João Paulo II, em 2003;
- Pierbattista Pizzaballa (Itália) – Patriarca latino de Jerusalém, 59 anos: O mais jovem da lista atua há décadas em temas ligados ao Oriente Médio. Foi nomeado por Francisco em 2023;
- Pietro Parolin (Itália) – Secretário de Estado da Santa Sé desde 2013, 70 anos: É frequentemente citado como forte candidato ao papado devido à sua experiência diplomática. Foi nomeado em 2014 por Francisco;
- Robert Sarah (Guiné) – Prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, 79 anos: Figura emblemática do setor conservador da Igreja, Robert se opôs a Francisco em temas como processo sinodal e uniões homossexuais. Foi nomeado cardeal em 2010 por Bento 16;
- Willem Eijk (Holanda) – Arcebispo de Utrecht, 71 anos: Defensor de pautas pró-vida, é contrário à eutanásia e ao reconhecimento de uniões homoafetivas. Tornou-se cardeal em 2012 por indicação de Bento 16.
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