Os juros das operações de crédito subiram em janeiro pelo 16º mês seguido e atingiram, em algumas linhas, os maiores níveis em 21 anos, informou a Anefac (associação de executivos de finanças).
Segundo o levantamento, houve alta das taxas em todas as linhas para pessoas físicas e para empresas, refletindo o cenário econômico adverso, com inflação e impostos maiores, que elevam o risco de alta da inadimplência.
Para pessoas físicas, a taxa média subiu de 7,55% para 7,67% ao mês entre dezembro e janeiro, para o maior patamar desde fevereiro de 2005.
No cartão de crédito, o mais caro, o juro cobrado subiu a 14,56% ao mês (410,97% ao ano), o pico desde outubro de 1995, quando foi de 15,43% ao mês. No cheque especial, o juro avançou para 10,96% mensais (248,34% ao ano), o mais alto desde julho de 1999, quando era de 11,73% ao mês.
Além do custo maior dos empréstimos, o prazo médio caiu, segundo a Anefac.
No caso do financiamento de veículos, o prazo médio caiu para 36 meses, o menor desde o começo de 2009. Já nas demais categorias de empréstimos, o prazo médio de nove meses foi o menor desde janeiro de 1999.
Segundo o diretor de estudos e pesquisas econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, um dos motivos que explicam as elevações dos juros é o cenário econômico, que aumenta o risco de inadimplência.
“Este momento se baseia no fato de os índices de inflação estarem mais elevados, com aumento de impostos e juros maiores, que reduzem a renda das famílias. Somado ao baixo crescimento econômico, deverá promover crescimento dos índices de desemprego.”
O outro fator que explica a elevação das taxas é o aumento dos juros futuros, por causa da turbulência política e econômica.
O.P.Online