
O Rio de Janeiro viveu uma verdadeira “zona de guerra” após uma megaoperação conduzida pela Polícia Civil nesta terça-feira (28). A ação ocorreu nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital, com o objetivo de conter o avanço territorial do Comando Vermelho (CV) e capturar líderes criminosos.
O número de vítimas fatais na operação policial realizada no Rio de Janeiro ultrapassa 120 nesta quarta-feira (29). Durante a madrugada e a manhã, 60 corpos foram levados por moradores até a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio.
Os corpos foram retirados da mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde ocorreram os confrontos mais intensos entre policiais e traficantes.

O balanço de mortos ainda pode crescer. Além dos 60 corpos localizados na Penha durante a madrugada e manhã de hoje, outros seis, encontrados por moradores no Complexo do Alemão, foram encaminhados ao Hospital Getúlio Vargas durante a noite.
Famílias fazem reconhecimento em via pública
A pedido dos familiares, os corpos foram expostos para registro da imprensa e, em seguida, cobertos com lençóis.
Por volta das 9h, o Corpo de Bombeiros iniciou a remoção dos corpos no Complexo da Penha.
A ação integrada, considerada a maior da história do Rio de Janeiro, mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias civil e militar, com o apoio do Ministério Público, e teve como objetivo cumprir mandados de prisão e frear a expansão territorial da facção criminosa.

Como fica o Rio de Janeiro após a operação

Após a megaoperação policial nos Complexos do Alemão e da Penha, o Rio de Janeiro enfrenta reflexos em diversos setores públicos. Na área da educação, 48 escolas foram afetadas — 31 no Alemão e 17 na Penha —, segundo a Secretaria Municipal de Educação (SME). A abertura das unidades segue o protocolo “Acesso Mais Seguro”, que avalia as condições de cada território com apoio da Cruz Vermelha Internacional.
Na saúde, a Secretaria Estadual informou que os hospitais permanecem funcionando normalmente, sem interrupções no atendimento. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS-RJ) ainda não se pronunciou.
O transporte público foi fortemente impactado. O Rio Ônibus registrou 71 coletivos usados como barricadas e 204 linhas afetadas, mas o serviço vem sendo restabelecido gradualmente. O MetrôRio, Supervia e barcas operam normalmente, com reforço nos horários de pico, conforme a Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana.
Os corredores do BRT Transbrasil e Transcarioca tiveram interrupções, e vias importantes, como a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá e a Avenida Chrisóstomo Pimentel de Oliveira, seguem interditadas.
Nos aeroportos, o RIOgaleão registrou dois voos atrasados, mas as vias de acesso estão liberadas. O governador Cláudio Castro determinou reforço no transporte público para garantir o deslocamento da população durante o retorno para casa.


