
O Tribunal do Júri da Comarca de Tauá condenou, nesta terça-feira (9), três acusados envolvidos na “Chacina de Carnaúbas”, ataque ocorrido em 1º de setembro de 2022, na zona rural de Poranga, que resultou na morte de duas pessoas, entre elas uma criança de 3 anos, e deixou outras duas feridas. As penas somadas ultrapassam 200 anos de prisão.
Foram condenados Rodrigo Vidal Araújo, sentenciado a 82 anos de reclusão; Emerson Ribeiro Alves, condenado a 60 anos; e Antônio Bezerra da Silva Filho, que cumprirá 63 anos de prisão. O quarto denunciado, Antônio Lucas Alves Bezerra, teve o julgamento separado a pedido da defesa após a constituição de novo advogado.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Ceará, os quatro réus, apontados como integrantes de uma facção criminosa, invadiram duas residências ao amanhecer e atacaram as vítimas enquanto dormiam. O MP sustentou que a ação foi praticada por uma organização criminosa com estrutura definida, divisão de tarefas, uso de armas de fogo e participação de adolescentes, o que aumentou a gravidade do crime e evidenciou a periculosidade dos envolvidos.
O Conselho de Sentença reconheceu as qualificadoras de motivo torpe, recurso que dificultou a defesa das vítimas e a incidência do inciso IX do art. 121 do Código Penal para o homicídio que vitimou a criança. Além dos dois homicídios consumados e das duas tentativas de homicídio, os condenados também responderam por corrupção de menores, integração em organização criminosa armada e posse ilegal de arma de fogo.
Para o Ministério Público, a decisão representa um avanço no combate à violência ligada a facções no interior do Ceará, reforçando o trabalho conjunto entre MP, Polícia Civil, forças de segurança e Poder Judiciário. O julgamento ocorreu após desaforamento da Comarca de Crateús.

