Nesta quarta-feira (14/05), servidores terceirizados responsáveis pela limpeza da Universidade Federal do Ceará (UFC) paralisaram as atividades em protesto contra o atraso no pagamento de benefícios como vale-transporte, vale-alimentação, cesta básica e FGTS. A greve afeta trabalhadores dos campi do Pici, Reitoria e Porangabuçu, em Fortaleza.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Prestadores de Serviços Terceirizados em Asseio e Conservação do Ceará (Seeaconce), os benefícios, que deveriam ser pagos no começo do mês ainda não foram repassados aos funcionários da empresa LDS Serviços. O salário de abril, que estava atrasado desde o quinto dia útil de maio, foi quitado no início desta semana. Dos cerca de 500 servidores da LDS, aproximadamente 350 aderiram à paralisação.

O diretor do sindicato, Josenias Gomes, explicou que, embora os terceirizados da LDS trabalhem nos oito campi da UFC no estado, apenas os da capital estão parados por enquanto. Outro fato é que a empresa está prestando serviços há seis meses e os depósitos do FGTS estão atrasados há quatro.
Na semana passada, uma reunião entre a vice-reitora da UFC, a empresa LDS e o sindicato resultou em um acordo de regularização dos pagamentos. Os salários deveriam ter sido pagos até a última sexta-feira (09/05) e os benefícios, até terça-feira (13). No entanto, apenas os salários foram quitados. A LDS alegou que recebeu da UFC apenas parte dos recursos de fevereiro, o que teria impedido o pagamento completo.
Outro problema surge com a empresa Florart, responsável pelo serviço de podas na universidade. Os cerca de 100 funcionários da empresa também têm salários atrasados desde o quinto dia útil de maio e entraram na paralisação.

A Reitoria da UFC informou que enfrenta dificuldades no repasse das verbas federais, mas ressaltou que o pagamento é responsabilidade das empresas terceirizadas. A expectativa da universidade é que a situação seja normalizada até o dia 20 de maio.
Diante do impasse, o sindicato convocou uma assembleia para a próxima segunda-feira (19/05). Caso a greve seja aprovada, uma paralisação geral pode começar após 72 horas.
Posicionamento da UFC
A UFC afirmou que, de janeiro a maio de 2025, mantém os pagamentos dos contratos e demais custos. A instituição explica, ainda, que as restrições orçamentárias decorrem da demora na aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA).
“Todos os salários dos contratos vigentes já foram pagos. Estamos pactuando o repasse, nos próximos dias, dos benefícios trabalhistas com as empresas contratadas (…). O Ministério da Educação (MEC) está ajustando a operação do orçamento para assegurar o repasse dos valores necessários à quitação de todas as despesas mensais”, diz um trecho da nota.
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