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Últimos dois anos batem recordes de calor e frio no Ceará

CEARÁ CALOR E FRIO
Foto: Reprodução/Kid Junio

Nos últimos dois anos, foram registrados os maiores extremos de temperatura no Ceará, tanto de calor quanto de frio. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o ano de 2023 reuniu a maioria das temperaturas mais quentes já medidas no Estado. O recorde foi em Jaguaribe, em outubro, com 41,9 °C.

Já 2024 teve as menores temperaturas registradas no Estado, com destaque para Aiuaba, localizado na macrorregião do Sertão Central e Inhamuns, que marcou 11,4 °C em julho do ano passado.

Maiores temperaturas do Ceará

  1. 41,9 °C – 31/10/2023 – Jaguaribe
    41,7 °C – 25/10/2023 – Barro
    41,2 °C – 11/10/2024 – Penaforte
    40,8 °C – 26/12/2023 – Jaguaribe
    40,8 °C – 22/08/2016 – Itapipoca

Menores temperaturas do Ceará

  1. 11,4 °C – 25/07/2024 – Aiuaba
    12,9 °C – 25/07/2024 – Parambu
    13,0 °C – 03/08/2024 – Viçosa do Ceará
    13,0 °C – 11/08/2020 – Barro

Fonte: Funceme e Inmet

Os maiores picos de calor no Ceará aconteceram, principalmente, entre 2023 e 2024. O recorde absoluto foi registrado em Jaguaribe, que atingiu 41,9 °C em 31 de outubro de 2023. Na mesma semana, o município de Barro também chegou aos 41,7 °C. Em 2024, o município de Penaforte teve 41,2 °C.

Em dezembro de 2023, Jaguaribe voltou a aparecer entre os maiores registros, com 40,8 °C. Sete anos antes, em 2016, Itapipoca registrou a mesma temperatura no mês de agosto.

Segundo Francisco Junior, meteorologista da Funceme, o aumento nos extremos de temperatura nos últimos anos é um reflexo direto das mudanças climáticas.

“O que temos observado são extremos cada vez mais frequentes, tanto de calor quanto de frio. Ou seja, além dos dias mais quentes, também tivemos registros de dias frios em algumas localidades do Ceará nos últimos anos. Isso se encaixa no que chamamos de eventos extremos”, destaca.

Segundo ele, as mudanças climáticas afetam com mais intensidade regiões com maior complexidade climática, como o semiárido. Ele também aponta que determinadas regiões do estado são ainda mais suscetíveis ao aumento do calor.

Já a menor temperatura da série histórica foi de 11,4 °C, registrada em Aiuaba, no dia 25 de julho de 2024. Na mesma data, Parambu, também no Sertão dos Inhamuns, marcou 12,9 °C. Poucos dias depois, em 3 de agosto, Viçosa do Ceará, na Serra da Ibiapaba, também entrou na lista, com 13,0 °C. O único registro fora do recorte mais recente foi em Barro, com 13,0 °C em 11 de agosto de 2020.

 

Apesar de algumas mínimas recentes expressivas, pesquisadores apontam que os dias frios atuais ainda estão mais quentes do que os de 60 anos atrás. O fenômeno seria resultado do aquecimento global.

Até o momento, em 2025, o maior pico de calor foi de 39,9 °C, registrado em 5 de janeiro no município de Barro. A menor temperatura do ano foi de 15,6 °C, em Aiuaba, no último dia 13 de junho. Ambas as cidades estão entre as que registraram extremos térmicos no Ceará.

Fortaleza

Fortaleza registra uma variação térmica menor. Os extremos de temperatura registrados, até o momento, foram 37 °C em 2001 e 19,7 °C em 2019 .

“Isso está diretamente relacionado ao microclima da cidade: Fortaleza é uma metrópole costeira e com bastante urbanização. A presença de concreto e asfalto favorece o aquecimento durante o dia, mas esse calor é mantido por mais tempo à noite, devido à chamada ‘ilha de calor urbana’. E a proximidade com o oceano ajuda a manter uma certa estabilidade térmica”, revela Júnior. 

Menores temperaturas Fortaleza

  1. 19,7 °C – 19/07/2019
    20,1 °C – 26/03/2021
    20,2 °C – 22/06/2008
    20,3 °C – 24/07/2011
    20,4 °C – 26/03/2021

Temperaturas Máximas Fortaleza

  1. 37,0 °C – 27/12/2001
    35,3 °C – 25/10/2017
    34,5 °C – 25/10/2017
    32,9 °C – 22/10/2023
    32,9 °C – 30/07/2021

Ceará registra temperaturas mais amenas em junho

Neste mês de junho, o Ceará tem registrado uma leve diminuição das temperaturas, principalmente nas madrugadas. Segundo o meteorologista da Funceme, Francisco Júnior, isso se deve ao início do inverno no Hemisfério Sul, que começou oficialmente em 20 de junho e termina em 22 de setembro.

“Estamos agora no período do inverno no hemisfério Sul, o que significa uma menor incidência de raios solares. Essa diminuição de temperatura aqui não é tão expressiva quanto em regiões de latitudes mais altas, mas já tem impacto”, afirma.

Apesar de o inverno climático começar agora, o pesquisador Francisco Júnior destaca que, culturalmente, o cearense já o considera encerrado.

“Porque associamos a estação ao período de chuvas, que ocorre entre fevereiro e maio. Na maior parte da América do Sul, o período chuvoso costuma coincidir com o verão, época mais quente, com maior entrada de umidade. Essa combinação favorece a formação de nuvens e, consequentemente, de chuvas.”

 

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