O comércio varejista brasileiro deve movimentar R$ 69,75 bilhões durante o Natal de 2024, representando um aumento real de 1,3% em relação ao ano anterior, já considerando a inflação. Apesar do crescimento, os números ainda ficam abaixo dos R$ 73,74 bilhões registrados em 2019, antes da pandemia. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Entre os estados com maiores estimativas de faturamento, o Ceará se destaca, com uma previsão de R$ 1,81 bilhão, crescimento de 16% em relação ao mesmo período de 2023. Em todo o país, cerca de 98,1 mil trabalhadores temporários deverão ser contratados para atender à demanda sazonal.
Os supermercados e hipermercados continuam sendo os grandes protagonistas do varejo natalino, concentrando cerca de 45% das receitas esperadas, equivalente a R$ 31,37 bilhões. Em seguida, estão as lojas de vestuário, calçados e acessórios, com 28,8% do total (R$ 20,07 bilhões). Já os estabelecimentos de artigos pessoais e domésticos devem atingir 11,7% das vendas (R$ 8,16 bilhões).
O varejo costuma registrar um aumento médio de 25% nas vendas durante dezembro, mas no segmento de roupas e acessórios, o salto pode chegar a 80%, impulsionado pela troca de presentes. Fabio Bentes, economista-chefe da CNC, ressalta que os segmentos de supermercados e vestuário devem responder juntos por cerca de 75% do faturamento.
Além disso, o mercado de trabalho aquecido é um fator que contribui para a geração de emprego. A taxa de desemprego, de 6,4% no trimestre encerrado em setembro, é a mais baixa desde 2012, acompanhada por um aumento real de 7,0% na massa salarial em comparação com 2023.
Preços e Contratações
A inflação tem impacto direto sobre os preços de itens típicos do Natal. Segundo o IPCA-15, produtos como livros (12,0%), cosméticos para a pele (9,5%) e alimentos (8,3%) estão mais caros. Em contrapartida, presentes como bicicletas, aparelhos telefônicos e brinquedos apresentam quedas de 6,2%, 5,5% e 3,5%, respectivamente.
Apesar do aumento nas vendas, o varejo prevê uma redução no número de contratações temporárias. Serão 98,1 mil vagas, cerca de 2,3 mil a menos do que em 2023. Fabio destaca que o aumento no quadro fixo de funcionários ao longo do ano contribuiu para essa redução.
Desde janeiro, mais de 240 mil empregos foram gerados no setor. Para 2025, a expectativa é que haja a efetivação de cerca de 8 mil trabalhadores temporários.
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