Operação deflagrada
Em maio deste ano, o Ministério Público do Ceará (MPCE) e a Polícia Civil do Ceará (PCCE) deflagraram uma operação que teve como alvos Francisco Geovane, o empresário Maurício Gomes Coelho, conhecido como “MK”, um homem apontado como chefe da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE), Francisco Flavio Silva Ferreira, o “Bozinho”, e outras 15 pessoas.
Todos eles foram denunciados pelo órgão por integrar uma organização criminosa que pratica o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro no município de Canindé.
Conforme as investigações, o grupo mantinha uma estrutura hierárquica consolidada, com divisão de tarefas em núcleos interdependentes e um núcleo operacional fixo em Canindé, comandado por um empresário do ramo da construção civil e transporte escolar.
Núcleos
A organização criminosa se dividia em quatro núcleos. O núcleo executor tinha atuação direta na comercialização de entorpecentes e execução de crimes violentos na região; o núcleo familiar era composto por parentes diretos do chefe da quadrilha, que realizavam movimentações financeiras em contas bancárias para dissimular as operações ilícitas.
Já o núcleo empresarial é formado por sócios de empresas utilizadas para ocultar recursos econômicos; e o núcleo financeiro, integrado por “laranjas” da quadrilha, que possuíam renda incompatível com as movimentações financeiras feitas com os seus nomes.
A investigação do Ministério Público identificou ainda que, além de movimentar grandes somas de dinheiro, a organização criminosa atuava com grau elevado de violência e com articulação e influência política. A quadrilha é suspeita de envolvimento em tentativas de homicídio e de cooptação de agentes públicos para participar do esquema criminoso.
Empresário ‘MK’
Líder da organização criminosa, “MK” já estava preso por outros crimes e também é apontado como “laranja” do prefeito eleito por Choró e cassado pela Justiça Eleitoral, Carlos Alberto Queiroz, o “Bebeto do Choró”, que continua foragido.
O empresário Maurício Gomes Coelho foi preso no dia 8 de novembro de 2024, em um condomínio de alto padrão onde morava, no bairro Benfica, em Fortaleza, por suspeita de tentativa de homicídio.
Na ocasião, foram apreendidos uma pistola 9 milímetros, 12 munições, três rádios comunicadores, dois celulares e um colete balístico com o suspeito.
O empresário foi autuado em flagrante pelo crime de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
Maurício também é acusado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) de se aliar à facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) para tentar matar um motorista de “Bebeto do Choró”, em um posto de combustíveis, em Canindé, no dia 6 de outubro de 2024.