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Vereadores denunciam prefeito de Campos Sales por direcionar 80% dos recursos da Saúde para uma única empresa

O prefeito de Campos Sales  está sob uma nova polêmica na política local. Os vereadores Anderson Ribeiro (PT), César Costa (PSD) e Dr. Neto (PT) ingressaram com uma Ação Popular para pedir a anulação de um contrato milionário entre a Prefeitura e a Sociedade Nacional de Desenvolvimento (Sodec). Conforme os parlamentares, o contrato de R$ 21 milhões foi celebrado por dispensa de licitação para a prestação de serviços de saúde no município da Região do Cariri.

Ainda conforme as denúncias, o valor de R$ 21 milhões corresponde a 80% do recurso anual para a área da saúde. Os parlamentares questionaram o fato de o prefeito de Campos Sales não ter aberto a oportunidade para que outras empresas pudessem apresentar propostas através de um chamamento público.

Os autores da denúncia apontaram outra suposta inconsistência: atualmente existe uma lei municipal que oficializou o diário da Associação dos Municípios Cearenses (Aprece) como órgão de publicação oficial dos atos da gestão de Campos Sales. Porém, os atos referentes a essa chamada pública e o processo de dispensa de licitação não foram devidamente publicados.
Segundo os parlamentares, essa decisão fere os princípios da legalidade, impessoalidade e economicidade, pois impede a concorrência e pode resultar em um custo maior para os cofres públicos. Em um processo transparente e justo, sem o suposto direcionamento, o município poderia escolher uma entidade qualificada pelo menor preço, garantindo o melhor uso do dinheiro público.

O que dizem os vereadores sobre a denúncia que tem como alvo a ação do prefeito de Campos Sales?

Segundo o vereador César Costa, a denúncia não se trata de uma atitude oposicionista, mas parte da necessidade de uma maior transparência a esse trâmite que busca contratar os serviços de Saúde para o município de Campos Sales.
“Estamos tomando essa medida judicial para suspender esse contrato e exigir que um novo processo seja feito de forma legal e justa, respeitando a legislação e garantindo o melhor atendimento para a população. O Ministério Público emitirá parecer no citado processo. A saúde do nosso povo não pode ser administrada às pressas e sem transparência. Seguimos firmes na luta para garantir que cada centavo dos recursos públicos seja bem aplicado”, afirmou

Líder do governo na Câmara Municipal de Campos Sales, o vereador Dr. Robson (PSB) emitiu uma nota em que ele explica os motivos pelos quais a dispensa de licitação para esse contrato milionário está sob os devidos os trâmites legais. Segundo o parlamentar, a Sodec era a única credenciada e a cumprir todos os requisitos para prestar o serviço para o setor da Saúde.

Robson explicou que a decisão está pautada na lei nº 13.019/2014, que trata do marco regulatório das Organizações da Sociedade Civil, que estabelece normas para as parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil.

“Essa lei prevê a possibilidade de dispensa de chamamento público para atividades relacionadas a serviços de educação, saúde e assistência social, desde que executadas por OSCs previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva política. Se o documento oficial afirma que o Sodec é o único instituto credenciado pelo município de Campos Sales para a execução das atividades em questão, isso indica que, até o momento da celebração do termo de fomento, nenhuma outra organização havia se credenciado para tais serviços”, detalhou.

Na oportunidade, o vereador também disponibilizou um documento que detalha a aplicação dos R$ 21 milhões. Confira:

Após a justificativa do líder do Governo, os parlamentares denunciantes rebataram as alegações do vereador Robson. Segundo o grupo que solicita a transparência do processo, não há comprovação pública de um credenciamento em Campos Sales por pare da Sodec .

“A defesa da contratação da Sodec menciona experiência em outras cidades, sem apresentar detalhes objetivos que comprovem sua real capacidade para gerir um contrato milionário como este. Além disso, a ação popular demonstra que o CNAE principal da organização não corresponde à atividade de gestão em saúde, levantando sérias dúvidas sobre sua qualificação técnica”, destacaram os vereadores.

Uma outra afirmação dos políticos que vão contra a permissão do prefeito de Campos Sales é referente à estrutura da Sodec para executar os serviços. “A realidade demonstra que a entidade sequer possui sede compatível com a magnitude dos serviços contratados, o que levanta questionamentos sobre a sua real capacidade de execução. Diante dos graves indícios de irregularidades, a ação popular requer a suspensão imediata do contrato, a devolução de eventuais valores pagos e a responsabilização dos gestores públicos que autorizaram a contratação sem a devida lisura e transparência”, alegaram.

Ainda conforme os vereadores, no despacho inicial, o juiz Djalma Sobreira Dantas Júnior concedeu 72h para o prefeito Moésio Loiola se manifestar no processo antes de analisar o pedido liminar.

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