Localizado no Centro-Sul do Ceará, o Açude Orós continua transbordando nesta semana, após atingir sua capacidade máxima no fim de abril. A sangria, iniciada na noite de 26 de abril, quando o reservatório alcançou a cota de 199,5 metros, é considerada um marco histórico e tem atraído a atenção de moradores, turistas e especialistas.
O açude, com capacidade para armazenar 1,94 bilhão de metros cúbicos de água, é o segundo maior do estado e cumpre papel crucial na segurança hídrica do Ceará. Ele abastece diretamente mais de 70 mil pessoas e garante a sustentabilidade de atividades como irrigação e piscicultura nas regiões do Médio e Baixo Jaguaribe.
Nesta semana, a lâmina de sangria atingiu 16 centímetros e tem sido celebrada como um verdadeiro espetáculo natural. Imagens aéreas e transmissões ao vivo revelam a beleza e a força das águas vertendo pelo sangradouro, reforçando a simbologia do evento para o semiárido cearense.
A última vez que o Açude Orós sangrou foi em 2011. Desde sua construção, em 1961, isso só aconteceu 12 vezes — o que reforça a importância do fenômeno atual. Para o diretor de Operações da Cogerh, Tércio Tavares, o Orós é “um símbolo de segurança hídrica e desenvolvimento para o interior do estado”. Já o secretário estadual dos Recursos Hídricos, Fernando Santana, classificou a sangria como “uma bênção para o povo cearense”, especialmente para quem vive no campo e depende da água para manter a lavoura e o sustento.
Além de assegurar o abastecimento humano, a sangria do Açude Orós renova a esperança das comunidades sertanejas, que veem no fenômeno um símbolo de fartura e renovação. O cenário é de celebração: moradores e visitantes se reúnem às margens do reservatório para acompanhar de perto esse evento natural, considerado raro na região.
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