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Wish: O Poder dos Desejos tenta ser muito, mas chega a ser nada (Crítica)

Dirigido pela dupla Chris Buck (Moana) e Fawn Veerasunthorn (Zootopia), Wish: O Poder dos Desejos é o filme que celebra os 100 anos da Disney. Com apenas essa informação, esse projeto ganha uma relevância muito grande, no entanto, ele não consegue atingir o objetivo de ser um filme especial para um centenário, muito menos para um longa solo, onde acaba sendo nada.

Ambientado no reino mágico de Rosas, o filme é focado em Asha, uma camponesa que sonha ser aprendiz do Rei Magnífico, governante do local, e que tem a capacidade de realizar qualquer desejo dos seus súditos. Porém, ao descobrir que o rei nunca irá realizar todos os pedidos do seu povo, a protagonista faz um desejo tão poderoso que é atendido por uma força cósmica: uma pequena esfera de energia ilimitada chamada Star.

Agora juntas, Asha e Star precisam enfrentar o Rei Magnífico para devolver todos os desejos para a população de Rosas, e mostrar que todos podem correr atrás de seus desejos por conta própria. 

A premissa é interessante, principalmente quando sabemos que o filme é inspirado na música “Peça à Estrela”, de Pinóquio, sendo ela a canção que toca em toda abertura de um filme da Disney. Contudo, nenhum projeto se sustenta apenas com premissa e referências, é preciso de muito mais, coisas essas que parecem faltar aqui.

Disney's Wish Wallpaper by Thekingblader995 on DeviantArt

Tudo no projeto é básico, não há nada que se sobressaia ao ponto de fazer o filme ser verdadeiramente emocionante, engraçado ou envolvente. Nem mesmo a mensagem que o filme carrega, que é o fato de ninguém poder roubar seus sonhos, consegue fazer com que ele se torne tocante. Na verdade, ele acaba parecendo clichê e genérico. 

Ele parece muito genérico, principalmente no seu tipo de animação, pois tenta utilizar o estilo apresentado em Aranhaverso. Contudo, ele não consegue nem chegar perto da mesma qualidade visual, e ainda dá impressão de que ele não foi pensado para ser assim, que foi decisão de última hora tentar reproduzir esse estilo, que também é visto em Gatos de Botas 2 e Tartarugas Ninjas: Caos Mutante

Assim como a maioria dos filmes da Disney, Wish: O Poder dos Desejos também é um musical. Porém, a partir do momento que nenhum número musical é marcante, ao ponto de você querer escutá-lo depois, ele com certeza é um projeto falho para o gênero. Além disso, um filme inspirado em uma música, onde ela toca apenas uma vez, sendo de maneira breve e como easter egg, isso deixa tudo ainda mais decepcionante. 

Onde se passa Wish: O Poder dos Desejos, filme da Disney? - Hypando

O vilão ainda nem é tão malvado assim. A justificativa para as atitudes dele é compreensível, visto que ele não pode realizar todos os desejos do povo, pois alguns desses podem gerar riscos para o reino. Isso faz com que o roteiro pareça fraco, fora que causa pouca, ou quase nenhuma, repulsa ao antagonista. 

Star é o único ponto verdadeiramente alto que vejo no projeto, mas é aquele típico personagem fofinho e engraçado que vemos em vários filmes animados, inclusive em muitos da própria Disney, sendo basicamente um personagem batido. Porém, devido à nostalgia, ele acaba agradando muito pelas referências que faz a animações antigas do estúdio. 

Por fim, Wish: O Poder dos Desejos é um projeto que precisava ser grandioso, pelo fato de ser um filme da Disney, fora o detalhe de que é um longa em homenagem ao centenário do estúdio e o primeiro no novo estilo de animação. No entanto, querendo ser tantas coisas, acaba não sendo nada, caindo na mediocridade estética de sua animação e em uma insossa narrativa que não cativa, muito menos emociona, podendo apenas atingir um público muito infantil. 

Nota: 5/10

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