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Ceará registra 8 casos de microcefalia relacionadas ao zika e 15 mortes

20160120160844712428iQuinze bebês morreram no Cearáem decorrência de microcefalia no período de outubro de 2015 a 10 de março de 2016, de acordo com Boletim Epidemiológico divulgado nesta terça-feira (15), pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa).

As mortes ocorreram nos municípios de Canindé (2), Crateús (1), Fortaleza (3), Iguatu (1), Ipaumirim (1), Juazeiro do Norte (1), Maracanaú (1), Morrinhos (1), Piquet Carneiro (1), Russas (1), Tejuçuoca (1) e Tururu (1). A Secretaria também afirma que dos 48 casos confirmados da doença, em oito foi confirmada a relação com o vírus da zika, encontrado no tecido fetal.

De acordo com o boletim, no período foram notificados 395 casos de microcefalia no Estado. Do total de notificações, 48 casos foram confirmados, 83 foram descartados e 264 ainda estão em investigação. Do total de notificados, 328 casos foram detectados no pós-parto e 67 durante a gestação.

A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com um crânio de um tamanho menor do que o normal – com perímetro inferior ou igual a 33 centímetros. A condição normal é de que o crânio tenha um perímetro de pelo menos 34 centímetros. Essas medidas, no entanto, valem apenas para bebês nascidos após nove meses de gestação, e não são referência para prematuros.

Na maior parte dos casos, a microcefalia é causada por infecções adquiridas pelas gestantes, especialmente no primeiro trimestre de gravidez – que é quando o cérebro do bebê está sendo formado. De acordo com os especialistas, outros possíveis causadores da microcefalia são o consumo excessivo de álcool e drogas ao longo da gestação e o desenvolvimento de síndromes genéticas, como a síndrome de Down.

Novo estudo
Nos casos de infecção pelo vírus da zika no primeiro trimestre da gravidez, o risco da ocorrência de microcefalia é de aproximadamente 1%, segundo um novo estudo publicado nesta terça-feira (15) na revista médica “The Lancet”. A conclusão resultou da análise de dados do surto de zika que atingiu a Polinésia Francesa entre 2013 e 2014.

De acordo com os pesquisadores, o risco de microcefalia associada ao vírus da zika é menor do que o risco de malformações associadas a outras infecções. A infecção da grávida por citomegalovírus, por exemplo, resulta em 13% de risco de malformações no bebê. A síndrome da rubéola congênita afeta de 38% a 100% dos bebês cujas mães foram infectadas pelo vírus durante o primeiro trimestre da gravidez.

“Nossa análise apoia fortemente a hipótese de que a infecção pelo vírus da zika no primeiro trimestre da gravidez está associada com um risco aumentado de microcefalia”, explica o pesquisador Simon Cauchemez. A diferença é que o vírus da zika tem um potencial muito maior de se propagar durante um surto do que outros vírus capazes de levar a malformações de bebês, por isso seu impacto fio muito maior do que outras infecções.

Recomentações
Para evitar o contágio, a Secretaria de Saúde orienta sobre os cuidados com o mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus. As gestantes devem fazer uso de repelente tópico, considerando a relação causal entre o Zika vírusx e os casos de microcefalia relacionada ao vírus Zika diagnosticados no país. Estudos indicam que o uso tópico de repelentes a base de DEET por gestantes não apresenta riscos.

Em casa, os repelentes ambientais  saneantes regularizados devem ser regularizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisax). Esses produtos não devem ser indicados ou utilizados diretamente em seres humanos, mas em superfícies inanimadas e/ou ambientes, seguindo sempre, com atenção, as orientações do fabricante.

É importante que as gestantes realizem um acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico.  Elas também não devem consumir bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não utilizar medicamentos sem orientação médica e evitar contato com pessoas com febre ou infecções.

Além disso, a população  deve adotar medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas. Gestantes devem usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.

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