A proposta do Governo Federal de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para rendimentos mensais de até R$ 5 mil, a partir de 2026, pode injetar cerca de R$ 8,27 bilhões na economia do Nordeste, caso seja aprovada pelo Senado. O valor considera os R$ 4.356 economizados por ano por cada um dos 1,9 milhão de trabalhadores que terão direito ao novo limite de isenção. A medida foi aprovada pela Câmara dos Deputados no início de outubro.
O levantamento é do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), área de pesquisa do Banco do Nordeste (BNB). Incluindo os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, atendidos pelo banco, a economia total chega a R$ 9,13 bilhões, beneficiando quase 2,1 milhões de trabalhadores.
O presidente do BNB, Paulo Câmara, destaca que a proposta beneficia regiões com maior concentração de rendimentos médios e baixos, como o semiárido nordestino. “Ao reduzir a carga tributária incidente sobre essa faixa populacional, o presidente Lula está diminuindo o peso no orçamento dessas famílias e, ao mesmo tempo, promovendo uma demanda adicional no mercado interno e estimulando a atividade econômica regional”, afirma.
Impacto no Ceará
No Ceará, cerca de 294 mil trabalhadores formais podem ser beneficiados com a mudança. A economia anual de cada um deve gerar a circulação de R$ 1,28 bilhão na economia local.
Para o economista-chefe do BNB, Rogério Sobreira, a redução do IR é uma das principais iniciativas de atualização tributária do país nas últimas décadas. “Essa reestruturação significativa na base de contribuintes traz repercussões relevantes tanto do ponto de vista da equidade fiscal quanto do estímulo ao consumo. Somente na área de atuação do BNB, são mais de dois milhões de famílias com uma economia mensal de R$ 360 que podem ser direcionados para compras da própria família”, avalia.
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