A Notícia do Ceará
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Ceará lidera diagnósticos tardios de câncer de mama no Nordeste

Entre 2015 e 2021, mais da metade das mulheres diagnosticadas com câncer de mama no Ceará receberam o diagnóstico tardiamente, em estágios mais avançados. Esse cenário coloca o estado em destaque, liderando o Nordeste com uma proporção de 55% de diagnósticos tardios. Nacionalmente, o Ceará fica atrás apenas do Acre, do Pará e de Roraima, cada um com 56%.

Esses dados alarmantes são revelados pelo estudo “Panorama da atenção ao câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS)”, fruto de uma parceria entre o Instituto Avon e o Observatório de Oncologia. O estudo analisou os dados do Registro Hospitalar de Câncer do Instituto Nacional de Câncer (INCA), considerando os diferentes estágios da doença, que variam do mais leve (0) ao mais avançado (4), levando em conta o tamanho do tumor, o envolvimento dos linfonodos e a presença de metástase à distância.

O câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres em todas as regiões do Brasil, segundo o INCA, excluindo os tumores de pele não melanoma. A estimativa é de 73,6 mil novos casos por ano no país, de 2023 a 2025, com uma taxa ajustada de 41,9 casos a cada 100 mil mulheres.

Ceará lidera diagnósticos tardios de câncer de mama no Nordeste
Foto: Shutterstock

As diretrizes do Ministério da Saúde recomendam a realização de mamografia para o rastreamento da doença a cada dois anos em mulheres de 50 a 69 anos. No entanto, a cobertura desse exame para a população-alvo está muito aquém da taxa de 70% recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No biênio 2021-2022, a cobertura no Brasil foi de apenas 20,5%, sendo ainda menor no Nordeste (19,9%) e no Ceará (12,5%).

Os atrasos nos diagnósticos podem estar relacionados à dificuldade de acesso a profissionais que recomendem o exame, bem como à falta de conscientização das pacientes. A falta de conhecimento sobre a importância do exame, o medo da dor e as dificuldades de transporte também são citados como obstáculos ao acesso à mamografia.

O tempo que as pacientes levam para iniciar o tratamento após o diagnóstico também é preocupante. Enquanto a lei brasileira estabelece um prazo máximo de 30 dias para a realização de exames diagnósticos e de 60 dias para o início do tratamento, pacientes com câncer de mama demoram quase três vezes mais para começar o tratamento, conforme destaca a coordenadoria do Observatório de Oncologia.

Segundo o Panorama do Câncer de Mama no SUS, há 95% de chance de cura quando a doença é descoberta no início. No entanto, apenas 21% da população alvo tinha cobertura de mamografia no Brasil em 2022.

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