O coordenador da bancada federal do Ceará, deputado José Airton Cirilo (PT), solicitou que o Governo Federal tenha mais sensibilidade no trato das questões relacionadas aos problemas provocados pela seca nos estados do Nordeste e à dívida dos produtores rurais da região, incluindo o Ceará.
“A bancada do Nordeste se uniu para procurar medidas para inserir artigos à Proposta de Emenda a Constituição (PEC), que foi apresentada pelo Poder Executivo e que prejudica o desenvolvimento das regiões mais carentes do Brasil”, explicou José Airton Cirilo.
O tema, que tem recebido a atenção dos representantes da região Nordeste na Câmara Federal, começou a ser discutido antes do Carnaval e deve se estender nesta semana na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (Cdeics) da Câmara dos Deputados.
O coordenador da bancada do Nordeste no Congresso Nacional, deputado Júlio César, iniciou a discussão das emendas a um artigo da Medida Provisória (MP) nº 707, de 30 de dezembro de 2015, a ser entregue ao Governo Federal, em especial das dívidas dos produtores rurais da área de abrangência da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), os que, segundo os parlamentares nordestinos, têm mais sofrido os efeitos nocivos da seca que atinge a região desde 2011.
Corte de recursos
José Aírton criticou setores do Governo Federal que, segundo avalia, defendem cortes de recursos e investimentos para a região Nordeste. “Sabemos que nosso País passa por uma grave crise econômica, mas não é cortando recursos das regiões que mais precisam que as coisas vão melhorar, é preciso ter sensibilidade diante da seca”, alertou o deputado petista.
Em entrevista ao jornal O Estado, Aírton enfatizou que “ao logo dos anos, devido às inúmeras secas ocorridas na região Nordeste, que afetaram a capacidade produtiva dos produtores e que ensejaram inúmeras medidas de renegociação das dívidas rurais, o setor de agroindústria, constituído para absorver a produção regional, se viu também prejudicado pela falta de matérias-primas, comprometendo sua capacidade produtiva e de desenvolvimento, uma vez que importar produtos de outras regiões se tornava caro e pouco competitivo, deixando muitas dessas agroindústrias operando com uma capacidade reduzida”.
O.E.