Diante da alta dos casos de Covid-19 nas últimas semanas, a Secretaria de Saúde de Fortaleza informou que a capital cearense vive a quinta onda da doença. Segundo a diretora da Sociedade Cearense de Infectologia, Fernanda Remígio, o fato inspira preocupação devido o contraste entre a taxa de transmissibilidade e as testagens.
“Esse aumento de casos nos preocupa e pelos números é possível afirmar que estamos, sim, numa nova onda de Covid. Nos preocupa porque quanto mais gente positivando, mais gente transmitindo. Preocupa também que as pessoas tenham uma sensação de segurança e acabem não testando nem se prevenindo”, declara.
A especialista analisa as possíveis causas do aumento da taxa de positividade e afirma que uma delas foi a flexibilização do uso de máscaras, mas enfatiza que não se pode justificar a nova onda apenas a esse fato. Fernanda reforça ainda que, apesar de já termos passado por outras ondas e aprendido bastante com cada uma delas, segue sendo possível o surgimento de uma variante mais transmissível ou mais agressiva.
“Qualquer variante que comece a transmitir vai ser suspeita e representar um potencial perigo de transmissão. O importante é que nós sabemos como ela transmite e quais as armas para tentar reduzir essa transmissão independente da variante que apareça”, pontua.
Para a profissional, a liberação do medicamento para tratamento de casos leves e moderados da doença é um fator positivo, pois permite o alívio do sistema público de saúde. O ponto mais importante levantado por Fernanda é a possibilidade da população ter acesso ao remédio, seja pelo atendimento público ou comprado na farmácia.
A aprovação do Paxlovid foi unânime no circuito deliberativo realizado nesta segunda-feira (21/11). A venda do medicamento foi liberada para farmácias e hospitais particulares do país.
Apesar da considerável elevação de infectados, o Ministério da Saúde ainda não emitiu nenhum comunicado sobre a terceira dose de reforço do imunizante contra a Covid-19. Alguns estados brasileiros já realizam a aplicação da quinta dose da vacina em idosos e pessoas imunossuprimidas. São eles, São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
