Com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento econômico e na elaboração de políticas públicas para Fortaleza, a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico (SDE) apresentou, ontem, o Índice de Desenvolvimento Educacional (IDE). Trata-se de um estudo que permite identificar o nível de educação, por bairro, e os setores econômicos que mais empregam na região.
De acordo com o secretário da SDE, Robinson de Castro, o estudo é resultado de uma combinação de dados sobre escolaridade da população, fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), censo de 2010, e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). “Através desse estudo, a gente verificou o índice de escolaridade em cada bairro, das pessoas que ali residem, e quem está recebendo a mão de obra, aquele que tem um nível de instrução maior ou menor”, disse o secretário.
Os indicadores foram divididos em quatro níveis: IDE – 1 (Analfabetismo ou Fundamental Incompleto); IDE – 2 (Fundamental Incompleto ou Médio Incompleto); IDE – 3 (Médio Completo ou Superior Incompleto); e IDE – 4 (Superior Completo). Cada IDE engloba 20 bairros, e mostra os dez setores econômicos mais presentes.
Ranking
Conforme o resultado, no topo do IDE – 1, está o bairro Conjunto Palmeiras, representado por 72,49% da população; em segundo, com 59,08%, o Siqueira; e em terceiro, o Planalto Ayrton Senna. Os setores que mais empregam são, respectivamente, a construção civil (47,05%), a indústria mecânica (38,30%), e a extrativa mineral (32,65%).
No IDE – 2, o bairro Conjunto Esperança representa 22,90%, seguindo da Barra do Ceará, com 22,87%, e o Jangurussu, 22,67%. Entre os setores econômicos, o que mais predomina é o da Administração Pública direta e autárquica (72,82%), indústria do material de transporte (47,65%) e indústria de madeira e do mobiliário (35,06%).
Entre os bairros que possuem ensino médio completo ou nível superior incompleto, que englobam o IDE – 3, estão na liderança: Jardim América (41,48%), Jóquei Clube (41,43%) e Presidente Kennedy (39,47%). Os setores econômicos que fomentam a geração de emprego são: comércio varejista (76,43%), comércio atacadista (70,55%) e serviços médicos, odontológicos e veterinários (69,80%).
A pesquisa constatou, também, que os bairros do Meireles e Aldeota são os que concentram maior parte de empregos que exigem nível superior e apresentam melhor educação. Eles formam o IDE – 4. No ranking, o Meireles lidera com 44,59%, seguindo da Aldeota, com 41,40%, e Fátima, 32,73%. Os setores econômicos mais predominantes são o de ensino (45,15), instituições de créditos, seguros e capitalização (24,06%) e serviços médicos, odontológicos e veterinários (18,88%).
O cálculo foi realizado pela razão entre o total de pessoas da População em Idade Ativa (PIA), de dez anos ou mais de idade, segundo o nível de instrução e a população total nessa mesma faixa etária com base no censo 2010. A cartilha estará disponível no site da SDE e será distribuída entre os órgãos da Prefeitura de Fortaleza.
Contribuição
Robinson de Castro acredita que o estudo irá permitir que o mercado se organize melhor e que pesquisadores e acadêmicos possam produzir trabalhos científicos dando alternativas aos problemas da cidade. “Vai permitir que a administração pública também exerça seu poder de capacitar melhor essa população, direcionar as politicas públicas, em nível de renda e concentração de renda”, afirmou o secretário da SDE.
Além disso, o titular da pasta frisou que a pesquisa é importante para que a cidade tenha um diagnóstico de mobilidade urbana. “Muitas pessoas que estão na periferia da cidade, acabam fazendo um trajeto de ida para o centro empregador, praticamente na Regional II e Centro da cidade. Isso causa um problema urbano de mobilidade que pode ser resolvido se planejado para um futuro através de um diagnóstico como esse”, concluiu Robinson de Castro.
O.E.