Nesta quinta-feira (10/11), o Ministério da Defesa publicou nota para esclarecer as informações presentes no relatório das Forças Armadas. O documento foi utilizado, desde sua publicação na última quarta-feira (09/11), como prova da legitimidade do resultado das eleições presidenciais. Mas a pasta afirma que o texto não exclui falhas durante a votação do dia 30 de outubro.
“O acurado trabalho da equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação, embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”, esclarece a nota.
O Ministério diz ainda que há aspectos que demandam esclarecimentos, incluindo o risco de interferência de códigos capazes de alterar o sistema de votação. A nota encerra afirmando que a pasta solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a realização de uma investigação técnica que analise as deficiências constadas. Confira os pontos mencionados:
– houve possível risco à segurança na geração dos programas das urnas eletrônicas devido à ocorrência de acesso dos computadores à rede do TSE durante a compilação do código-fonte;
– os testes de funcionalidade das urnas (Teste de Integridade e Projeto-Piloto com Biometria), da forma como foram realizados, não foram suficientes para afastar a possibilidade da influência de um eventual código malicioso capaz de alterar o funcionamento do sistema de votação; e
– houve restrições ao acesso adequado dos técnicos ao código-fonte e às bibliotecas de software desenvolvidas por terceiros, inviabilizando o completo entendimento da execução do código, que abrange mais de 17 milhões de linhas de programação.