A Notícia do Ceará
PUBLICIDADE

Nigéria: Ataques matam mais de 50 pessoas

imageDuas mulheres suicidas se explodiram em um campo de refugiados em Dikwa, nordeste da Nigéria, matando ao menos 56 pessoas, segundo informaram autoridades de resgate do país ontem.

Uma terceira mulher-bomba foi presa e deu informações a funcionários da segurança nigeriana sobre outros atentados que estavam sendo planejados, disse ontem um funcionário da Agência de Gestão de Emergência Estado de Borno.

“Três mulheres suicidas vestidas como refugiados chegaram às 6h30 da manhã (3h30, horário de Brasília) ao acampamento de Dikwa”, disse o chefe do serviço de emergência do estado de Borno, Satomi Ahmed.

“Duas delas detonaram seus explosivos. A terceira se negou a fazer isso, ao ver que havia vários familiares dela no acampamento, e se entregou às autoridades”, acrescentou Ahmed.

Cerca de 78 pessoas ainda estavam sendo tratadas por causa dos ferimentos causados pelas explosões. Os atentados ocorreram na manhã de terça-feira (9) em um acampamento que abriga cerca de 50 mil pessoas que foram expulsas de suas casas pela milícia islâmica Boko Haram, segundo informaram profissionais de saúde de Maiduguri, maior cidade no nordeste da Nigéria e berço dos radicais.

Os corpos de 51 vítimas foram enterrados, ontem, em Dikwa, a 85 quilômetros a nordeste de Maiduguri. Os outros cinco corpos foram levados ao principal hospital da capital de Borno.

Acredita-se que esses atentados tenham sido cometidos em represália ao ataque realizado pelas forças de segurança nigerianas na semana passada contra três localidades consideradas redutos do Boko Haram. Nele, morreram dezenas de militantes islamitas.

A insurgência islâmica do Boko Haram, que já dura seis anos, matou cerca de 20 mil pessoas e fez 2,5 milhões de nigerianos deixarem suas casas.

Camarões

Em Camarões, o governador do Estado do Extremo Norte disse que dois homens-bomba, que se acredita terem vindo da Nigéria, mataram dez pessoas em um ataque ontem em uma aldeia fronteiriça. Ataques no Chade e no Níger também são atribuídos aos militantes islamitas.

O grupo radical sequestrou mais de 2.000 mulheres na Nigéria desde 2014, segundo a Anistia Internacional – o caso mais emblemático foi o de Chibok, ocorrido em abril de 2014, quando 276 meninas foram levadas de uma escola.

O episódio provocou comoção mundial e uma campanha na internet com a hashtag #BringBackOurGirls (traga nossas garotas de volta), que contou com apoio de Michelle Obama, primeira-dama dos EUA.

Serviços de segurança acreditam que alguns ataques tenham sido realizados por mulheres sequestradas, que teriam sido obrigadas a servir como suicidas pelos extremistas. Essa ligação ainda não foi comprovada.

Fique por dentro

Grupo radical impede crianças de irem à escola

O nome Boko Haram significa “a educação ocidental é proibida”. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a ação do grupo radical impede mais de um milhão de crianças de ir à escola. Segundo o Unicef, a questão educacional vai alimentar ainda mais o radicalismo na Nigéria e nos países vizinhos.

Mais de duas mil escolas estão fechadas na Nigéria, em Camarões, no Chade e Níger – que são os quatro países mais afetados pelos ataques do grupo – e centenas de outros estabelecimentos foram atacados ou incendiados pelos jihadistas, segundo a instituição divulgou em dezembro do ano passado.

O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, tinha dado ao Exército prazo até o fim de 2015 para controlar o grupo islamita. Os radicais do Boko Haram, que juraram fidelidade ao grupo radical Estado Islâmico, continuaram os ataques.

“Quanto mais tempo (as crianças) não forem à escola, maior é o risco de serem maltratadas, raptadas e recrutadas por grupos armados”, disse Manuel Fontaine, diretor regional do Unicef para a África Ocidental e Central.d

D.N.

WhatsApp
Facebook
Twitter
Telegram
Imprimir