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O último quartel da vida foi debatido pelo Teatro da Solidão Solidária

Ve-lhi-ce. É assim que se separa de forma silábica, o sinônimo feminino do estado ou condição de velho, que é chamado também, de o último quartel da vida. Peça de estudo do Teatro da Solidão Solidária, a palavra tem classe gramatical e significado de vetustez, uma particularidade do que merece respeito. Não precisa dizer mais nada! Porque ela fala por si só.

Marivalda Evangelista

Estava certo o crítico literário e uma das grandes figuras da história da literatura francesa, Charles Augustin Sainte-Beuve, quando disse que: “envelhecer ainda é a única maneira que se descobriu de viver muito tempo”. O pensamento resume de modo curto, coerente e preciso, a importância da respeitabilidade, para com as pessoas de mais idade ou experientes.

Celdo Braga

Respeito. Este é o verbo conjugado pelo Teatro da Solidão Solidária, que homenageou o Dia Nacional do Idoso, nesta quinta-feira, 01 de outubro de 2020, das 14 às 17 horas pela plataforma digital ZOOM. Foi o 7º Encontro Mundial Virtual que abriu com uma performance de Sidney Malveira e a participação de  atores, poetas, músicos, artistas plásticos, cineastas, intelectuais, formadores de opinião e adidos culturais com sede de debater o tema da velhice.

Sebastião Nicomedes

Esta edição do evento contou com um bloco sobre a cultura africana, coordenada pelo escritor e doutor em Sociologia, Bas´Ilele Malomalo, que convidou artistas e pensadores de diversos países do continente africano, para falar com convidados e artistas brasileiros sobre o tema “Ser mais velho (a) em África negra e diáspora”. Importante lembrar que Bas´Ilele é quem comanda o Teatro da Solidão Solidária, no Continente Africano.

Ivan Antonio

Integraram a lista de convidados especiais desta edição, a cantora e compositora Nduduza Gadensia (África do Sul); o músico e compositor Filipe Buba (Guiné Bissau); a cantora e compositora Cici Andrade (Brasil), como também, a fotógrafa e traditerapeuta da espiritualidade africana, que é, ainda, diretora regional da Comunidade Madinatu Munawara, Shaya Roberta (Brasil). A Madinatu está na pauta do encontro que debaterá a ancestralidade promovida por essa união de seres pensantes.

Kátia Iamazy e Laércio de Jesus

Além de reverenciar pessoas da terceira idade, o encontro provocou ainda, uma discussão em torno da terceira idade. Como ela é vista sob a ótica da cultura japonesa e de que forma são tratados os anciões naquele País. Respostas para perguntas curiosas como estas sairam do 7º Encontro Mundial Virtual, graças aos estudiosos que levaram para o evento, as suas reflexões e exemplos não só para o Brasil e Japão, mas, para o mundo inteiro.

Nduduza Gadensia Dlamini

Como é de praxe, a organização do encontro fez uma singela homenagem aos artistas que se dedicam a amenizar a dor e a solidão de quem vive em asilos e, até mesmo, em situação de rua. Joana Dourado, Lenita Macedo, Robson Martin, Sidney Malveira e Sebastião Nicomedes foram escolhidos pelo talento e contribuição que têm dado ao Teatro Brasileiro e, em especial, a luta da população menos favorecida na cidade de São Paulo.

Robson Martin

Um dos pontos altos desta edição é que os participantes tiraram as suas conclusões que o escritor e jornalista colombiano, Gabriel García Márquez, acertou quando disse que o segredo de uma velhice agradável consiste apenas na assinatura de um honroso pacto com a solidão.

Sidney Malveira

*Os convidados que enalteceram mestres e anciões de vários cantos do Mundo:

>Celdo Braga (Poeta, cantor, compositor, membro fundador do grupo Raizes Caboclas/Amazônia)

>Fábio Santos Oliveira (Professor de Judô/São Bernardo dos Campos – São Paulo)

>Hatsue Sakata (Kukamoto/Japão)

>Kátia Sanae Iamazy (Cantora e compositora/Rio de Janeiro)

>Kosaka San (Himedi/Japão)

>Laércio de Jesus (Baixista/São Vicente-São Paulo)

Bas´llele Malomalo (Escritor)

*Os Homenageados:

>Joana Dourado e Lenita Macedo

São atrizes paulistas e integrantes afetivas do Teatro da Solidão Solidária, na Capital paulista, com vários espetáculos encenados, a exemplo de “A Princesa Safira” (Infantil) e “As Meninas da Pesada” (Adulto), que têm a direção de Robson Martin. A peça “As Meninas da Pesada” escrita pelo criador do Teatro da Solidão Solidária, Ivan Antônio, tem como temática, a terceira idade sob uma ótica divertida, isso, numa comédia que retrata o dia-a-dia de idosos na casa de repouso.

>Robson Martin

Ator, diretor, educador e recreador, Robson Martin, ocupa ainda, a função de Diretor da Binho & Cia Produções e Eventos. Em São Paulo, onde reside, dirige o Teatro da Solidão Solidária, bem como, espetáculos infantis e adultos.

>Sidney Malveira

Multi artista cearense, Sidney Malveira ocupa o cargo de Secretário Municipal de Cultura de Pacajus, no Ceará, além de ser ator, diretor de teatro, dramaturgo e músico. Como ator, Malveira percorreu palcos de cidades do Brasil e de vários países do mundo com o seu consagrado e premiado espetáculo “Anônimos”. Trata-se de uma obra prima da dramaturgia brasileira sobre solidão e envelhecimento, que mostra a desenvoltura de Sidney, quando o seu personagem se transforma no palco sem que o ator saia de cena.

>Sebastião Nicomedes

Ator, dramaturgo, escritor e ativista dos direitos da população em situação de rua, Sebastião Nicomedes é um exemplo de superação que transformou o seu próprio drama em arte. O homem que foi ainda, ex-morador de rua, já escreveu livros e atuou como ator em várias peças de teatro. Nicomedes ingressou no Teatro da Solidão Solidária, na época em que Ivan Antonio e sua equipe ministravam oficinas para o Arsenal da Esperança, um albergue que fica no bairro da Mooca em São Paulo.

Além de brilhar nos espetáculos “Um Sanatório para Freud” e “As Meninas da Pesada”, Sebastião Nicomedes fez grande sucesso no Teatro Paulistano com a peça de sua autoria “Diário de um Carroceiro”. A vida, luta e obra de Nicomedes foram noticiadas em diversos jornais, o que levou também, a ser pauta dos principais programas da televisão brasileira.

 

 

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