Uma ação da Polícia Federal do Maranhão, em parceria com a Superintendência Regional de Polícia Federal do Ceará, resultou na expedição de três mandados de busca e apreensão em Uruoca, a 303 km de Fortaleza. O intuito é investigar um crime de trabalho escravo que vitimou 31 pessoas, sendo duas menores de idade.
De acordo com a Polícia Federal, as pessoas recebiam propostas de emprego no Maranhão, onde teriam alimentação e alojamento garantidos pelo empregador, mas ao chegar até o local se deparavam com um ambiente insalubre. Ainda segundo a PF, as vítimas recebiam uma quantia em dinheiro e eram orientadas a deixar suas carteiras de trabalho, que seriam devolvidas ao retornar para o Ceará.
Além do local não ter energia elétrica, banheiro, água e outras coisas necessárias para higiene básica, os trabalhadores eram submetidos a caminhar cerca de 3 km até o local de trabalho e tinham a quantidade de comida reduzida caso não atingissem a meta diária de extração da folha de carnaúba. A jornada de trabalho era de 12 horas.
No ano passado um suspeito foi preso e parte das vítimas foi resgatada pela Polícia Civil de Vargem Grande, no Maranhão. Os investigados podem responder pelos crimes de tráfico de pessoas, reduzir alguém a condição análoga à escravidão, dentre outros. De acordo com a Constituição, a pena pode ser superior a 16 anos.
