Após a polêmica implementação de uma taxa de permanência por veículo nas praias de Cascavel, a 62 km de Fortaleza, uma série de relatos têm circulado nas redes sociais com denúncias apontando exclusão social e efeitos socioeconômicos negativos promovidos pela iniciativa. No último domingo (18/12), a nutricionista Samara Maia, que é dona de uma barraca de praia, compartilhou um vídeo onde aparece em um ônibus para explicar a nova medida aos turistas, até que é impedida de entrar no veículo pelo secretário de Segurança Pública do Município, Marcílio Teles.
Veja:
A medida é voltada apenas à população que busca se deslocar ao espaço em ônibus e micro-ônibus, levantando suspeitas de exclusão social por conta do público-alvo da taxação. “Prefeito cobra taxa apenas de ônibus e limita quantidade de ônibus que pode frequentar praia sobre pretexto discriminatório de que picnics sujam a praia. Forma abusiva e imoral. Quem vai de carro e a pé não suja a praia?”, questiona Samara Maia, em declaração dada à Rede ANC. Além de afetar desproporcionalmente a população em vulnerabilidade social, a medida também ameaça prejudicar a economia local das áreas atingidas.
Assista:
Entenda
Desde a semana passada, a Prefeitura de Cascavel passou a cobrar a taxa de permanência por veículo para visitantes de cinco praias do município: Águas Belas, Balbino, Barra Nova, Barra Velha e Caponga. De acordo com a Secretaria de Turismo, o decreto da “taxa de turismo” é motivado pela questão da sustentabilidade e pela importância da permanência dos ecossistemas, como praias, rios e mangues.
“O uso não regulamentado desses espaços de praia atrai principalmente acúmulo de lixo, o que prejudica a foz dos rios, a praia, a pesca e quem vive de turismo”, disse a titular da pasta Raquel Dias, com exclusividade à Rede ANC.
A Rede ANC entrou em contato com a Prefeitura para obter um posicionamento sobre o envolvimento do secretário Marcílio Teles na polêmica, mas não obteve resposta até a veiculação da matéria.