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Para onde andará a Lava Jato a partir de agora

SÃO PAULO, SP, 04.03.2016: OPERAÇÃO-LAVA JATO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixa à sede diretório do PT (Partido dos Trabalhadores), no centro de São Paulo (SP) após o seu pronunciamento sobre a Operação Aletheia, deflagrada hoje pela Polícia Federal como 24ª etapa da Operação Lava Jato.(Foto: Renato Mendes/Folhapress)

Com novas delações esperadas e diversos personagens e panos de fundo, a Operação Lava Jato tem hoje cenário de difícil previsão sobre quando e onde ocorrerá seu próximo desdobramento. Com suspeitas sobre todos os principais atores do poder, são muitas as expectativas para os dias seguintes ao depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Justiça Federal. Certo mesmo, até agora, só uma coisa: o avanço das investigações ainda está longe de terminar.

Já para os próximos dias, especula-se com a confirmação de assinatura de delação premiada do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro. Condenado a 16 anos de prisão na operação, ele é apontado como um dos empreiteiros mais próximos de Lula. Segundo delações, a empresa teria bancado reforma do sítio em Atibaia (SP), ligado ao petista em denúncia alvo da Lava Jato.

Também é esperada homologação de uma suposta delação do senador Delcídio do Amaral (PT), preso em janeiro acusado de tentar atrapalhar as investigações. Segundo a revista Isto É, a fala implicaria Lula e Dilma Rousseff, que seria acusada de fazer caixa dois em sua campanha de 2010 e de tentar barrar avanço da Lava Jato.

Em notas oficiais e pronunciamentos, tanto Lula quanto Dilma têm negado as acusações, apontando “interesses políticos” por trás do avanço das investigações. As delações são, até agora, evidência que mais diretamente atinge o núcleo do governo Dilma.

Para o próximo dia 14, já está marcado novo depoimento de Lula – como testemunha de defesa do pecuarista José Carlos Bumlai – para a Lava Jato. Bumlai é acusado de repassar dinheiro de desvios na Petrobras para o PT. A ação ocorre um dia depois de data em que estão marcadas diversas manifestações pró e contra o governo. Como o processo é público, vídeo do depoimento será divulgado na internet logo após.

Congresso

Para além do PT, há a expectativa em ambos os casos pela citação de outros parlamentares, incluindo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). As revelações podem conturbar ainda mais a relação do governo Dilma com o Congresso.

Com essa perspectiva, membros da oposição devem renovar pressão para o aceleramento da comissão do impeachment no Congresso. Segue expectativa, ainda, de que membros da oposição também estejam incluídos na delação de Delcídio.

Citado por três delatores da Lava Jato, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, já conduziu reuniões sobre a retomada do tema. Ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra (já morto), também é citado por delatores do processo.

Saiba mais

1. Outro foco de expectativa para os próximos dias tem relação com o envolvimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nas investigações da Lava Jato. Com ações contra Cunha aceitas tanto no Conselho de Ética da Câmara Federal quanto no Supremo Tribunal Federal (STF), deve ser discutida na próxima semana o afastamento do presidente da presidência da Casa.

2. O afastamento já tem sido defendido por bancadas do Psol e Rede, que apresentaram ação contra Cunha no Conselho de Ética, bem como por deputados petistas. Membros da oposição afirmam que, “com ou sem Cunha”, deve haver avanço do processo de impeachment no Congresso.

3. A discussão envolvendo o afastamento de Cunha reacende para os próximos dias a disputa interna no PMDB. Após recuperar a liderança do partido na Câmara em disputa contra Cunha, Leonardo Picciani (RJ) tenta agora emplacar indicação sua na Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Casa.

4. Na última sexta-feira, a Procuradoria Geral da República ofereceu nova denúncia contra Cunha ao STF. O presidente da Câmara tem negado todas as acusações e diz ser vítima de perseguição pela PGR.

O.P.Online

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