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“Pediram para evitar o sexo”, diz americano que pegou zika no Brasil

Biólogas do Centro de Zoonoses de Santo André, na Grande São Paulo, analisam larvas e mosquitos aedes aegypti, transmissores da dengue, zika e chikungunya; época propícia para epidemias deixa autoridades em atenção e estimula a criação de campanhas de prevenção.

A visita ao Carnaval brasileiro deixou uma lembrança marcante no americano Felipe Holanda, 37: manchas vermelhas, febre, dores pelo corpo e um diagnóstico de zika.

Filho de brasileiros, ele veio com a mulher Viviane Mion, também brasileira, e a filha americana de dois anos passar férias no país. Do dia 4 de fevereiro ao dia 10, visitou a família em Maceió (AL). Depois, ficou no Rio até dia 14. Ao voltar a Miami, procurou atendimento, e as autoridades americanas confirmaram que ele tinha o vírus.

Ele conta que os sintomas surgiram três dias depois que ele voltou para casa. “No primeiro dia, fiquei sem disposição, mas fui trabalhar. No meio do dia a indisposição aumentou e comecei a ter febre, então voltei para a casa. Dormi umas 14 horas e acordei com muitas dores no corpo e ainda com febre. Passei o dia todo com dores no corpo”, contou.

No terceiro dia da doença, acordou sem febre, mas surgiram as manchas vermelhas no corpo. Foi quando Viviane percebeu que ele deveria estar com zika e eles foram ao hospital.

“Fomos somente para reportar o caso, porque não necessitava. Nunca fui atendido tão rápido. Eles estão em alerta para esses casos, existe informativos em todos os cantos. Quando eles souberam do caso, entraram em contato com o Departamento de Saúde”, disse ele, que colheu sangue para análise.

No quarto dia, os sintomas mudaram. “A disposição tinha voltado, mas começaram dores nas mãos e nos pés. No quinto dia, sumiram as manchas, e eu voltei a trabalhar, mas ainda sentindo dores nas juntas. Passei dois dias assim. Só no sétimo estava totalmente recuperado, sem nenhum sintoma.”

O resultado da coleta de sangue saiu uma semana depois.

Após a cidade de Dallas, no Estado americano do Texas, relatar o primeiro caso de transmissão por relação sexual, a OMS (Organização Mundial da Saúde) passou a recomendar que as pessoas afetadas considerem abstinência sexual ou usem camisinha por pelo menos quatro semanas.

Viviane também foi chamada a fazer o exame, realizou a coleta de sangue e ainda aguarda o resultado. Ela não apresentou nenhum sintoma da doença, mas apenas 20% dos infectados têm sintomas.

Apesar de ter visitado dois Estados, Felipe acredita que contraiu o vírus no Rio. Duas pistas corroboram com a tese: o tempo entre o contágio e o aparecimento de sintomas da zika varia entre cinco e sete dias (no caso dele, surgiram no oitavo dia após deixar Alagoas). Além disso, dois parentes que estavam com ele no Rio também ficaram doentes.

“Meu tio e eu apresentamos os sintomas com um dia de diferença. E minha tia também apresentou os sintomas depois de uma semana”, contou.

Ele não se lembra de ter sido picado pelo mosquito enquanto esteve no Brasil.

“Nós usamos repelente, mas acredito que não usei como deveria”, disse.

Apesar da doença, o americano diz não ter arrependimento da visita ao país e que pretende voltar. “O problema já era conhecido, nós decidimos correr o risco”, falou.

Fonte: UOL

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