A Petrobras registrou prejuízo de R$ 34,836 bilhões em 2015, um recorde para a empresa. Em 2014, as perdas somaram R$ 21,587 bilhões. O resultado foi anunciado ontem pelo presidente da estatal, Aldemir Bendine.
Apenas no quarto trimestre, o prejuízo da empresa foi de R$ 36,938 bilhões. Entre as causas do prejuízo, a empresa apontou “o impairment (deterioração) de ativos e de investimentos, principalmente em função do declínio dos preços do petróleo e incremento nas taxas de desconto, reflexo do aumento do risco Brasil pela perda do grau de investimento (R$ 49,748 bilhões); despesas de juros e perda cambial (R$ 32,908 bilhões).”
O prejuízo operacional ficou em R$ 12,4 bilhões, o que significa queda de 42%, se comparado com o ano anterior.
Os investimentos somaram R$ 76,3 bilhões, representando redução de 12% em relação a 2014.
De acordo com a Petrobras, a queda do barril de petróleo tipo Brent provocou impacto negativo no resultado da empresa, que apontou ainda a desvalorização cambial como influência negativa.
O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, disse que, apesar de um resultado contábil negativo, a empresa teve um resultado gerencial positivo. Segundo Bendine, depois de oito anos, a companhia apresentou geração de fluxo de caixa positivo e as despesas administrativas recuaram significativamente. “Mesmo em ano tão difícil, como foi 2015, com a valorização do dólar frente ao real, tivemos um recuo forte na nossa dívida líquida e uma disciplina muito forte, não só de capital, mas em uma busca de eficiência muito grande.”
Geração de caixa
Desde 2007, não se registrava o fluxo de caixa livre positivo. Em 2015, foi de R$ 15,6 bilhões, ante um resultado negativo de R$ 19,6 bilhões em 2014. Isso favoreceu à redução em 5% do endividamento líquido, em dólares.
O endividamento líquido da Companhia, ao final de 2015, em dólares, diminuiu 5% em relação ao final de 2014, totalizando US$ 100,4 bilhões. Em reais, houve aumento de 39%, em decorrência da depreciação cambial de 47% sobre financiamentos. O prazo médio da dívida aumentou de 6, 10 anos para 7, 14 anos.
Em 2015, a Petrobras captou R$ 56,2 bilhões, com destaque para os acordos de cooperação assinados com o China Development Bank, no valor de US$ 5 bilhões, e a emissão de Global Notes com vencimento de 100 anos (US$ 2 bilhões), além de créditos bilaterais com bancos brasileiros.
12,4 bi de reais foi o prejuízo operacional da Petrobras em 2015
Saiba mais
Prejuízo líquido de R$ 34,8 bilhões em 2015.
Motivos apontados:
– Deterioração de ativos e investimentos, principalmente por causa do declínio dos preços do petróleo e incremento nas taxas de desconto (R$ 49,7 bilhões);
– Perda cambial com o aumento do dólar
– Despesas de juros (R$ 32,9 bilhões)
Prejuízo Operacional de R$ 12,4 bilhões, 42% menor em comparação com 2014.
O EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 73,9 bilhões, o que é 25% superior ao de 2014.
Motivos apontados:
– Maiores preços de diesel e gasolina;
– Redução dos gastos com participações governamentais e importações de petróleo.
O.P.Online
