O Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará, soma de todos os bens e serviços do Estado, caiu 3,48% em 2015. É o pior resultado da série histórica. Ou seja, desde 2003 (em 12 anos). Apesar da queda, o recuo foi menor do que o do País (-3,85%), sendo o oitavo ano consecutivo que o Estado supera o Brasil. Os dados foram divulgados, ontem, pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). No quarto trimestre (4T) de 2015, a economia do Ceará (-5,56%) e do Brasil (-5,9%) encolheu.
Dentre os setores avaliados no Estado, agropecuária teve impacto mais expressivo (-24,93%), devido ao quarto ano de seca consecutivo. Em seguida veio indústria (-4,63%) e serviços (-2,4%). No País, também recuou indústria (-6,2%) e serviços (-2,7%). Porém, a agroindústria cresceu 1,8%. No 4T, houve queda na agropecuária (-4,15%), nos serviços (-5,03%) e mais forte na indústria (-8,27%) do Estado. No País, agropecuária elevou 0,6%, mas indústria (-8%) e serviços (-4,4%) caíram.
Setores
A queda da indústria, que representa 22,8% do PIB do Estado, teve influência da indústria de transformação, que recuou 9,74% em 2015 e 12,91% no 4T. Teria sido maior o impacto da indústria no Ceará se não fosse o crescimento anual da Construção Civil de 0,37%. Mas se for analisar a produção física do setor industrial, ela vem caindo desde o 2T de 2014, quando era -4,1% e chegou ao 4T de 2015 a -10,5%.
Segundo o analista do Ipece, Witalo de Lima, o Brasil sofre “com cenário de perda de poder de compra das famílias e o resultado para a indústria em 2015 só não é pior do que em 2011”. Dentre os ramos, a queda de 33,30% no têxtil em 2015 se destaca ante uma queda expressiva de 25,7% em 2014.
Já o recuo do setor de serviços, que representa 73,8% do PIB cearense, foi influenciado pelo comércio, que representa 16% da economia do Estado e encolheu 2,54% em 2015 e 5,67% no 4T daquele ano. Para o comércio, o impacto maior foi no varejo, que recuou seu volume de vendas em 6% no 4T do ano passado. Segundo Alexsandre Lira, analista do Ipece, essa é a pior queda do varejo em 2015 e pior resultado em 12 anos, influenciado pelo menor poder de compra das famílias. Incluindo material de construção, veículos e autopeças – varejo ampliado – a queda é de 14,7%.
O.P.Online
