A rede de TV estatal belga RTBF informou nesta quarta-feira,23 , que dois dos terroristas responsáveis pelos ataques de Bruxelas foram identificados como os irmãos Khalid e Ibrahim El Bakraoui.
Segundo emissora, fontes ligadas aos investigadores informaram que os irmãos eram conhecidos da polícia por outros crimes, mas nada relacionado a terrorismo.
A RTBF afirma que Khalid El Bakraoui tinha alugado em Bruxelas um apartamento que fora vasculhado pela polícia na semana passada, durante operação que levou as autoridades a prender Salah Abdeslam, suspeito de ser o mentor dos ataques terroristas de 13 de novembro em Paris. No imóvel, alugado por Bakraoui sob identidade falsa, a polícia encontrou impressões digitais de Abdeslam.
Khalid também está relacionado à locação de um apartamento na cidade de Charleroi, no sul da Bélgica, de onde Abdeslam e os outros jihadistas do “Estado Islâmico” partiram para realizar os atentados de Paris.
Uma fonte da polícia disse à agência AFP nesta terça-feira que um homem visto entre os três indivíduos que aparecem em imagens de câmeras de vigilância do aeroporto pouco antes das explosões pode ser Ibrahim El Bekraoui.
Outros relatos nesta quarta-feira afirmam que o outro dos irmãos pode ter estado envolvido no ataque da terça-feira à estação de metrô de Maelbeek, em Bruxelas, que deixou cerca de 20 mortos.
Em busca de informações
A polícia belga lançou nesta quarta-feira um apelo para obter informações sobre os dois homens que acredita terem cometido atentado suicida no aeroporto, ao detonarem cintos de explosivos presos ao corpo. A polícia postou vários tweets mostrando imagens dos dois indivíduos empurrando carrinho de aeroporto através do salão de embarque do aeroporto.
Um terceiro suspeito, vestido com um casaco de cor clara e usando um chapéu escuro, que foi mostrado com os outros dois, provavelmente fugiu do local e é agora alvo de uma caçada humana.
Os atentados
Bruxelas, a capital da Bélgica e centro político da União Europeia (UE), amanheceu sob ataque nesta terça-feira. Pouco antes das 8h (hora local), duas explosões atingiram o aeroporto internacional Zaventem, deixando ao menos 11 mortos e 81 feridos. Pouco depois, uma terceira explosão na estação de metrô de Maelbeek causou ao menos 20 mortes e deixou 106 feridos, segundo autoridades belgas.
A imprensa local chegou a falar em 35 mortos e mais de 200 feridos. Uma terceira bomba foi localizada pela polícia no aeroporto e, segundo relato de testemunhas, explodiu mais tarde, de forma controlada.
O prefeito de Zaventem, Francis Vermeiren, afirmou que os terroristas que perpetraram o atentado no aeroporto internacional de Bruxelas transportaram as bombas em malas colocadas em carrinhos de transporte de bagagem.
“Eles chegaram de táxi, com malas […] as bombas estavam dentro das malas. Eles puseram as malas em carrinhos. As duas primeiras bombas explodiram”, afirmou o prefeito. “O terceiro [terrorista] também colocou a sua mala num carrinho, mas deve ter entrado em pânico, ela não explodiu”, acrescentou.
“Estado Islâmico” assume autoria e faz novas ameaças
O grupo terrorista “Estado Islâmico” (EI) reivindicou a autoria dos atentados, afirmando que os locais foram cuidadosamente escolhidos e que os autores dos ataques utilizaram “cintos explosivos, bombas e metralhadoras” no interior do aeroporto de Zaventem e numa estação de metrô. O EI prometeu “dias muito sombrios”, acrescentando que o que virá “será mais duro e mais amargo”.
A polícia belga afirmou ter encontrado uma bomba e uma bandeira do “Estado Islâmico” numa residência em Bruxelas. “As buscas que ocorreram no distrito de Schaerbeek localizaram um dispositivo explosivo contendo pregos, entre outras coisas”, disse o promotor federal em comunicado. “Os investigadores também acharam substâncias químicas e uma bandeira do EI.”
As explosões ocorreram quatro dias após a captura, em Bruxelas, de Salah Abdeslam, um dos suspeitos de arquitetar os ataques terroristas de Paris, em 13 de novembro de 2015. O governo da Bélgica elevou ao máximo o nível de alerta no país, para o grau 4, que indica ameaça “séria e iminente”.
D.W.