A Notícia do Ceará
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Políticos do estado do Ceará divergem sobre indicação de Lula

assembleia-do-cearaLideranças cearenses repercutiram a nomeação, agora oficialmente confirmada, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar o cargo de ministro da Casa Civil no Governo da presidente Dilma Rousseff. A notícia foi comemorada por aliados, enquanto opositores reafirmaram que entrará com ações na Justiça para impedir a entrada de Lula no ministério. A posse está marcada para a próxima terça-feira (22).

A oposição alega que Lula estaria aceitando o cargo apenas para ter foro privilegiado na investigação da Operação Lava Jato, o que seria desvio de finalidade do ato de nomeação. Já os governistas avaliam que Lula dará uma contribuição importante para tirar o Brasil da atual crise política e econômica.
O deputado José Nobre Guimarães (PT/CE), líder do Governo na Câmara Federal, foi o primeiro a comentar o assunto usando as redes sociais. Pelo twitter, Guimarães afirmou que o ex-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, mostra grandeza e desprendimento ao deixar a pasta para o ex-presidente Lula. Wagner assumirá o cargo de chefe do gabinete pessoal da Presidente.

O senador José Pimentel (PT) disse que Lula reforçará o Governo no esforço para superar a crise: “O ex-presidente Lula é uma liderança reconhecida. Sua chegada ao ministério representa um reforço importante para o Governo na construção de uma agenda positiva, a ser discutida com o parlamento, o setor empresarial e os movimentos sociais. A presidenta Dilma Rousseff acertou na decisão, que eleva seu governo a um novo patamar no enfrentamento da crise”, defendeu.

Ação judicial
Nacionalmente, lideranças do DEM afirmam que o partido deverá protocolar ações na justiça federal, em todos os estados e no Distrito Federal, para impedir a posse de Lula como ministro do Governo Dilma Rousseff. No Ceará, segundo informou o presidente municipal, Robinson de Castro, a sigla aguarda orientação da direção nacional.

O deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB) classificou como “manobra” a ida de Lula ao Ministério, justificando que o petista tenta ganhar tempo para enfrentar as denúncias existentes contra ele, como no caso da ocultação de bens do sítio de Atibaia. Por outro lado, observa que o Supremo Tribunal Federal (STF) poderá convocá-lo para explicar as denúncias.

“É bom que o Lula vire ministro, porque ele vai ser convocado várias vezes”, frisou, acrescentando que o governo está desacreditado, principalmente, no exterior devido aos escândalos de corrupção. Matos disse que não só defende o impeachment, como acha que o Tribunal Superior Eleitoral vai entrar em ação não apenas para derrubar Dilma, mais também Michel Temer (PMDB).

Para o deputado federal Danilo Forte (PSB), ao aceitar o convite de integrar o ministério de Dilma, Lula macula sua história de um ex-grande líder, operário e aprofunda a crise atual.
“Não quero aqui entrar no mérito, em momento algum, da questão que levaram (o ex-presidente) a aceitação de uma proposição como esta. Mas sem sombra de dúvida o fato do ex-presidente participar deste governo da presidente Dilma aprofundará com certeza tanto a crise do ponto da credibilidade do governo porque transforma o Brasil numa republiqueta”, disse, acrescentando que o momento é inoportuno e aprofunda ainda mais a descrença da população na classe política.

Desespero
O deputado federal Genecias Noronha (SD), por sua vez, afirmou que o ato demonstra desespero de ambas as partes. “Eu não achava que isso fosse acontecer. Acabamos de presenciar o ‘abraço dos afogados’. De um lado temos um ex-presidente fugindo de uma investigação que estava a um passo de prendê-lo e, do outro, uma presidente que acaba de assinar o atestado de incompetência e entrega seu cargo de bandeja para o grupo do Lula. No governo do PT, nada é tão ruim, que não possa piorar”, salientou.

Defesa
Já o deputado Chico Lopes (PCdoB) rebateu o questionamento da oposição. O parlamentar ressaltou que, além de reforçar o movimento pela democracia e contra o golpe, defendendo o governo popular e progressista que promoveu a inclusão de mais de 40 milhões de brasileiros, Lula terá um grande papel na rearticulação da base do Governo, na melhoria da política econômica, na retomada do desenvolvimento, na ampliação do emprego e da renda.

“Lula é uma referência internacional, um líder popular que conta com o carinho e o reconhecimento do povo brasileiro, por tudo que fez, no combate à fome, na garantia de dignidade para o povo, na ampliação do ensino superior, na valorização real dos salários dos trabalhadores e no combate às desigualdades”, enfatizou.

O.E.

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