Pelas redes sociais, a deputada estadual Dra. Silvana (PL) criticou um material pedagógico disponibilizado pela Secretaria de Educação do Ceará aos alunos da rede pública do ensino médio. No conteúdo em questão, a parlamentar expõe o trecho de uma música que compõe o material do programa “Pelo direito de ser e existir”. Na canção, a deputada avaliou de forma negativa o trecho “usamos drogas para esconder nossa dor, diamantes nas correntes para ofuscar”.
Na Assembleia Legislativa, esse tema foi motivo de embate entre Dra. Silvana e o deputado estadual Acrísio Sena (PT). Em entrevista à REDE ANC, o parlamentar afirmou que é até possível que o material possa receber observações com o objetivo de fazer aprimoramentos, mas que a extração de um trecho do conteúdo não poderia ser motivo de fazer observações negativas sobre o material em sua plenitude.
Na avaliação de Acrísio, o material pedagógico trabalha com a juventude a luta antirracista e a luta contra o preconceito. Ele também afirmou que a visão da deputada expõe uma análise preconceituosa.
“O olhar da deputada dra. Silvana como evangélica fez um recorte apenas de uma letra de uma música para criticar o material em sua plenitude o material. Esse material pode receber sugestões melhores. A música apresentada entra como uma estratégia pedagógica para refletir sobre a necessidade da luta antirracista no Ceará, sobre a valorização dos direitos independente da cor. É proposto ao aluno uma linha construtivista. Creio que ao criticar o material em sua plenitude por conta de uma letra isolada é muito mais preconceito do que propriamente avaliação de natureza pedagógica”, respondeu.
Declaração de Acrísio Sena sobre críticas ao material pedagógico
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Ainda de acordo com Acrísio Sena, sua resposta à deputada não possui cunho pessoal. O deputado pregou respeito e defendeu a necessidade de diálogo para uma boa harmonia na Casa, ainda que as opiniões venham a divergir.
“Dra. Silvana traz um olhar mais conservador, mas é preciso que venhamos a perceber a democratização e o avanço da sociedade, até sobre tolerância religiosa de outras matrizes, como a afro, religiões asiáticas, o budismo e etc. Buscamos nesse debate a livre orientação religiosa e o fim da intolerância religiosa de forma pacífica”, afirmou.
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