Os preços dos derivados do trigo, como pão, bolacha, biscoito e macarrão, podem ter aumento já a partir do mês que vem, porque o alto preço do dólar, em média R$ 4,00, está encarecendo muito o cereal. A previsão é do presidente do Sindpan (Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria no Estado do Ceará), empresário Lauro Martins. Ele acrescenta que os moinhos em atividade no Ceará não estão conseguindo segurar os valores e já estão repassando a diferença para os estabelecimentos que trabalham com esse tipo de matéria-prima, a farinha de trigo.
Isso onera os custos das padarias, que terão de repassar os aumentos, principalmente do pão, para a população. “Vamos esperar até o próximo mês de março para ver como vai ficar o preço da farinha de trigo, e, se ela não baixar, teremos que repassar, infelizmente, para os consumidores”, sinalizou o empresário. Lauro não quis estimar esse repasse, justificando que o setor vai esperar até o mês que vem, mas admite que será em torno de 10%, “ou até mais um pouquinho”.
No limite
O empresário destacou que da maneira como está (situação de alto custo para as panificadoras e confeitarias), não tem condição de continuar o preço dos derivados do trigo, porque os lucros das padarias estão caindo e se isso persistir, elas deverão entrar no vermelho. “Uma saca de 50 quilos de farinha de trigo está custando, hoje, R$ 106,00. Mas vale salientar que, há pouco tempo, esse preço variava entre R$ 70,00 e R$ 80,00 em nosso Estado”, advertiu.
Lauro Martins, que participou do encontro da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), em Juazeiro do Norte, disse, ainda, que a crise econômica brasileira também está complicando o setor de panificação, porque o consumo de pão teve uma queda devido ao pouco dinheiro da população, em consequência da alta da inflação. “Não é apenas o setor de alimentos que está em queda, mas quase todos”, salientou.
O.E.
