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Quixadá: Padre encontrado morto deixa carta e suspeito é preso

Titular da Delegacia Regional de Polícia Civil de Quixadá, Marcus Vinícius Damasceno disse que o nome do suspeito foi especificado por monsenhor Orlando em carta de 18 páginas, deixada no local que a vítima se matou, na casa da Paróquia de São Francisco. O suicídio do religioso teria sido motivado, segundo a Polícia, por golpes sucessivos que somam pelo menos R$ 650 mil, além de dois automóveis.

A carta relata os crimes, que tiveram início em 2015. Leanderson prometia expressivos lucros ao padre, caso fossem investidas quantias em dinheiro. Até o primeiro semestre de 2017, somavam-se R$ 500 mil, levantados pelo religioso em empréstimos com agiotas. A dívida foi paga por familiares de Orlando, mas as extorsões continuaram.
As investigações policiais apontam que as dívidas se acumulavam com a promessa de breve retorno, vindo de Brasília. Leanderson se apossou ainda de um carro particular do padre e um segundo veículo, que havia sido doado à paróquia. Um dos veículos foi vendido por R$ 50 mil.
“O padre sempre tentava resolver no diálogo, mas era levado pelas promessas. O empréstimo mais recente do qual temos conhecimento foi obtido em janeiro deste ano: R$ 150 mil conseguidos com dois empresários da região”, completou Marcus Vinícius.
A Polícia não encontrou nenhum indício de envolvimento afetivo ou sexual entre Leanderson e Orlando. “Antes do suicídio, o padre estava abalado moralmente com a falência da paróquia”, contou ainda o delegado.
Prisão
De acordo com as investigações, o suspeito mantinha vida no “high society de Quixadá”, vestindo roupas de grife e dirigindo carros importados, por exemplo. Apesar de viajar frequentemente à Brasília e ser visto junto ao deputado, em visitas à cidade, Leanderson não tinha cargo público.
Segundo a Polícia, Leanderson teve acesso ao local do suicídio antes mesmo da perícia e teria furtado o celular do padre Orlando, o que se configura alteração de local de crime. O suspeito tentou coagir ainda outras autoridades religiosas da Diocese de Quixadá, consideradas testemunhas do estelionato, tumultuando as investigações. Os quatro crimes levaram à prisão preventiva do suspeito, decretada pela Comarca de Quixadá.
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