
As chuvas do trimestre fevereiro-março-abril trouxeram resultados importantes para a segurança hídrica do Ceará, especialmente para os principais reservatórios do estado. O Açude Orós, por exemplo, atingiu 100% de sua capacidade pela primeira vez em 14 anos, acumulando cerca de 1,9 bilhão de metros cúbicos de água. Já o Castanhão, maior reservatório do Ceará, está com pouco mais de 2 bilhões de metros cúbicos, representando 30% de sua capacidade total.
Outros açudes também apresentam bons volumes. O Araras Norte está com 92% de armazenamento, o que corresponde a aproximadamente 800 milhões de metros cúbicos, e o Banabuiú acumula 36% de sua capacidade, o equivalente a mais de 500 milhões de metros cúbicos.
A situação é especialmente confortável na Região Metropolitana de Fortaleza. Os reservatórios que abastecem a capital – como Gavião, Pacajus, Riachão e Baturité, além de Aracoiaba e Sítios Novos – operam com 93% de capacidade total. Segundo técnicos da área de recursos hídricos, esse volume é suficiente para garantir o abastecimento da região por até dois anos, sem a necessidade de transferências de outras regiões do estado.
Apesar dos bons números, especialistas alertam para a necessidade de uso racional da água, destacando que o Ceará está em uma região semiárida e que o recurso continua sendo escasso e precioso. Por isso, reforçam que a população deve manter o consumo consciente para garantir a sustentabilidade hídrica no longo prazo.
Chuvas irregulares e abaixo da média em mais da metade do estado
A análise da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) mostra que, apesar dos aportes positivos em algumas regiões, como o litoral e a área a montante do Açude Orós, o volume de chuvas ficou abaixo da média histórica em 57% do território cearense.
De acordo com a avaliação climática, apenas 6,8% do estado registrou chuvas acima da média no trimestre, enquanto 36,2% ficaram dentro da normalidade. As previsões divulgadas em janeiro já indicavam esse cenário, com maior probabilidade de chuvas regulares no norte do estado e condições menos favoráveis no centro-sul.
A Funceme reforça que, mesmo com a boa situação de alguns reservatórios, o padrão de irregularidade das chuvas segue sendo uma característica marcante da quadra chuvosa no Ceará.
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