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Senado sob tensão à espera do retorno de Delcídio do Amaral

delcidio-amaral-senado-federal-ccEm liberdade desde a última sexta-feira, após mais de 80 dias na prisão, o senador Delcídio do Amaral (PT) deve reassumir o mandato hoje e se prepara para fazer sua defesa no plenário da Casa e no Conselho de Ética. Na retomada da rotina, o petista vai enfrentar resistência de correligionários para reassumir atividades importantes, como o comando da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Delcídio foi preso preventivamente em novembro por ter tentado, de acordo com a Procuradoria Geral da República (PGR), atrapalhar as investigações da Lava Jato. A prisão foi revogada pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos ligados à operação no Supremo Tribunal Federal (STF). O senador passa a cumprir medida cautelar, com recolhimento noturno obrigatório e proibição de viajar para fora do País.

O retorno ao Senado, anunciado por seus advogados ainda na sexta-feira, será em um cenário de desgaste, com a análise de abertura de processo por quebra de decoro no Conselho de Ética.

O primeiro ajuste será entre Delcídio e seus correligionários. Lideranças petistas vão pressioná-lo para que deixe o comando da CAE. No começo de fevereiro, os senadores do PT indicaram Gleisi Hoffmann para substituir Delcídio. Há relatos, no entanto, de que o petista já teria informado ao secretário-geral do Senado, Luiz Fernando Bandeira, sobre o interesse em voltar às atividades na comissão, amanhã. Para evitar desgastes, o líder da legenda, Humberto Costa, deve procurar o petista para acordo.

Outro cargo ocupado por Delcídio, o de líder do governo do Senado, continua sem definição. A função é exercida interinamente pelo cearense José Pimentel, que também é líder do Governo no Congresso Nacional. Pimentel evita falar sobre a estratégia de reintegração de Delcídio, mas pontua que não haverá tratamento diferenciado.

“Dos 81 senadores, temos 29 denunciados no STF. Portanto, (Delcídio) será tratado igual aos 28 outros também denunciados”, afirmou o petista no último sábado, em evento do diretório municipal do PT em Fortaleza.

Conselho de Ética

Em seu discurso de retorno ao senado, previsto para amanhã, Delcídio vai defender que é “inocente” e foi “vítima de uma armadilha”. Na última quinta-feira, os advogados do senador protocolaram defesa no Conselho de Ética e pediram a impugnação do relator do caso, o senador Ataídes de Oliveira (PSDB).

Na quarta-feira, está prevista reunião do Conselho para avaliar a mudança na relatoria da ação contra o petista. Os advogados alegam que o responsável pela decisão de abrir um processo de cassação de Delcídio pertence a um partido que assinou a representação. Ataídes já declarou que não se sente impedido de proferir o parecer. Caso o conselho decida pela troca de relator, o prazo para análise da defesa prévia já apresentada pelos advogados de Delcídio do Amaral será reiniciado. João Alberto também disse que a soltura de Delcídio não altera o andamento do processo.

O.P.Online

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