Atualmente, a utilização de aplicativos tornou-se algo natural para pessoas de todas as idades, independente de características de personalidade. Difícil é encontrar alguém que, procurando uma companhia, não faça uso deles. A busca seletiva continua, mas o número de usuários foi ampliado de tal forma que possibilitou a aproximação de casais que dificilmente se encontrariam espontaneamente no mundo real.
Jairo, empresário de 45 anos, natural de Porto Alegre, e Fernanda, 24 anos, catarinense de Criciúma, estão juntos desde o início de 2017 e se conheceram na plataforma de relacionamento Meu Patrocínio. Com vidas e realidades diferentes, o casal, que tem uma filhinha de um ano, só teve a chance de se encontrar porque optou pelo aplicativo. Ainda aguardando por um desfecho feliz, Luciana, estudante de 25 anos, é uma Sugar Baby que ainda espera pelo par ideal. “Até o momento, conheci pessoas legais, homens bem-sucedidos, mas que não estão a fim de um compromisso sério. Aí, corto logo para não me apegar a alguém que não tem os mesmos objetivos”, conta Luciana.
A sexóloga Marina Vasco avalia que o principal ponto positivo dos encontros proporcionados pelos aplicativos é “a busca rápida pelo perfil ideal. Em um site como o Meu Patrocínio, por exemplo, você define inclusive o estilo de vida desejado. É uma nova forma transparente de se relacionar. O aplicativo é o cupido dos tempos atuais”. Além de criarem encontros improváveis, os aplicativos abrem oportunidades para aqueles que não gostam de bares e baladas para investir em uma paquera.
Por outro lado, os aspectos negativos também despontam. Algumas pessoas ficam “viciadas” nos encontros virtuais e têm inúmeras dificuldades para manter uma relação real, física. Também aumenta a intolerância com os defeitos do outro, já que fica mais fácil descartar e fazer a “fila andar”, afinal, a oferta é grande. E, por fim, a diferença de expectativas no relacionamento gera grandes frustrações quando alguém que só deseja uma relação superficial encontra um par que pretende um compromisso sério.
A sexóloga pondera que “quando se encontra o perfil ideal pelo aplicativo, a expectativa depositada no encontro e no decorrer do relacionamento é gigante, e como em tudo que é ideal – construído no mundo do imaginário, onde tudo é possível – envolve grandes decepções, pois a realidade pode se transformar em algo muito diferente, mas aí o indivíduo já está envolvido com tudo o que foi idealizado previamente”. Segundo Marina, “ao entrar nesse jogo, é importante estar preparado para perdas e ganhos inesperados”, conclui.